Poemas -> Sociais : 

Meu Sertão (cordel)

 
MEU SERTÃO
Paulo Gondim
01/12/2012

Meu sertão quando tá seco
É triste de fazer dó
Seca água nos açudes
A pastagem vira pó
Morre o gado no curral
E o galo no quintal
Não canta, pois ficou só

Chega a noite, o sertanejo
Olha o céu e desvanece
A nuvem escura sumiu
A barra desaparece
Vai dormir desconsolado
Acorda desanimado
E a tristeza permanece

Mas o nordestino é forte
Não se cansa de esperar
Mas um dia a sorte muda
É preciso confiar
Olha pro céu novamente
Sonha ver alegremente
A chuva logo chegar

E quando a chuva aparece
Até o pó vira lama
O Galo volta a cantar
O gado come na rama
Tendo chuva, tem fartura
Arroz, feijão e mistura
Toda noite amor na cama

E com chuva no Sertão
A natureza floresce
O sertanejo se alegra
E da mulher não se esquece
Não liga mais pra fraqueza
Nove meses, com certeza,
Menino novo aparece!


Paulo Gondim

 
Autor
Paulo Gondim
 
Texto
Data
Leituras
53518
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/12/2012 13:25  Atualizado: 09/12/2012 13:25
 Re: MEU SERTÃO (cordel)
Que bonito esse cordel, Paulo.
Me fez imaginar um livro que li..do sertao, ha muito
tempo.
Muito real.
Um abraco,
~Mary~


Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 09/12/2012 18:39  Atualizado: 09/12/2012 18:39
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1906
 Re: MEU SERTÃO (cordel)
A sua última estrofe é muito verdadeira, pois parece que quanto maior é a seca e a pobreza mais a família cresce.

abraços