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Os Suaves Momentos!

 
Os Suaves Momentos!
- Betimartins-

Caminhando pela trilha, íngreme, escorregadia, entre as suaves Giestas balouçantes, de cores intensas e muito amarelas, com as suas flores minúsculas, confundindo os aromas fortes dos tenros Eucaliptos, bem fortes aos cheiros dos jovens pinheiros mansos selvagens.
A brisa se faz sentir como um doce carinho, um belo mimo do dia, nos refrescando do intenso calor do meio dia, distraído está o pobre coelho, que vai brincando de toca e toca, o esquilo curioso sobe o longo sobreiro, carcomido pelo tempo, dando lugar para grandes vidas minúsculas, onde nada se perde e todos ganham.
Entre os vários cantos, os encantadores cantos, qual escolher numa floresta tão premiada de vida, de energia, deixa a minha mente embarcar pelo canto do belo rouxinol, descansando e refrescando o meu corpo saciando a minha sede.
Minhas mãos tocaram a terra, deslizando-a lentamente em tons de simples brincadeiras, recordando que na terra, eu irei repousar e servir de alimento aos insetos esquecidos pelo tempo da escuridão. Sorri, lembrei-me dos meus horrores, do medo que eles me provocam e serão eles que me guiaram pelas câmaras ocultas da infinita noite da morte.

Pensativa, refletindo sobre a vida e sobre os motivos do meu Criador, senti-me como um verdadeiro Judas da vida, mal agradecido, reprovando as suas leis, questionando-o sem motivos. Vi a grandiosidade do universo, da interligação das coisas, onde nada é deixado ao acaso, tudo é planejado nos mínimos detalhes e ali todos fazem a sua parte sem o questionar uma única vez.

O passarinho pousou num galho, mesmo do meu lado, não querendo saber de mim, apressado, ele come, debicando os pobres insetos e logo ele bate as suas asas para outro vôo de amor, os filhotes estavam esfomeados e em alvoroço.

O vento se faz sentir mais forte, arrancando as folhas já meio mortas, logo a águia sai do seu ninho, fazendo o seu vôo apressado para devorar a sua presa rapidamente e vida segue o seu imponente curso.

As nuvens aparecem lentas e preguiçosas, fazendo as suas graças, um novo mundo era-me mostrado através dos sonhos de algodão. Eu podia voar, podia ser anjo, podia ser um gavião, nada me impedia de ir além da capacidade humana, era um ser livre, libertando a minha existência, o animal que habita dentro de mim e sempre agradecendo aos meus ancestrais.

O som do tambor invade toda a floresta, entre os sons combinados dos xamãs, seus mágicos rituais de agradecimento no seu profundo conhecimento da nossa humanidade, entre suas lágrimas pelo descaso do mau filho, do filho ingrato e deveras egoísta, deixando-o a penar pelas eternidades e consciente que ainda existirá tempo de ele vir, a saber, amar.

Neste momento mágico que é só meu, onde a união é real, única e que e faz alegremente viver a vida por aqui, escuto o som de um riacho, caminho na sua direção, alegre, feliz por poder refrescar os meus pés cansados e suados, eis que me vejo num belo quadro de tons refrescantes, onde o prazer não tem limites da grandiosa beleza.

A água corre serena, numa oração a paz, lavando todos os desencantos, expulsando os problemas de uma vida agitada, desenfreada e egoísta, onde eu me sinto ser apenas uma pedra dura, que com tempo ela será devidamente bem trabalhada, energizada e purificada.

Ali, somos apenas dois, eu e Deus, o maravilhoso Deus que me ofertou a vida, o sopro da minha real existência, onde eu apenas posso ser é muito agradecida por fazer parte deste maravilhoso universo de amor.

E logo eu volto a caminhar pelos trilhos de minha existência, consciente dos tombos, das recaídas, do ranger de dentes, das noites negras e sombrias, das armadilhas, mas forte e serena como água que corre sempre em busca do mar profundo, entre murmúrios de amor, segredos contados, ela sempre corre agradecida por matar a sede da minha vida.

Se for assim, então porque terei eu medo? Não estou mais sozinha, tenho tanta companhia, até as estrelas me decidiram presentear, com mais brilho, cutucando a doce Lua na noite para que eu nunca me sinta só e no escuro. Soprando ventos de grandes mudanças, transmutando o desamor em um novo amor e eu faço parte desse mesmo amor. Ofertado pelo meu grande amor o criador do mundo e Grande Arquiteto Universal...

Paz profunda!

20 de Dezembro de 2012-12-20

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Betimartins
 
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