Sonetos : 

Vampiro dos sonhos

 
Anoitecer em luto, silêncio que ensurdece
Madrugada escura e fria, um sonho infinito
Esperança morta que se apaga e não aquece
Ao futuro eterno em que apenas se é bem dito

Por vermes da terra, ratos em posição de prece
Em nome de quem limita a minha força e o grito?
Tu não fazes sentido, vampiro que não se oferece
A quem o sangue, tu agradeças por teu espírito

A natureza em tempestade pelo nome da morte
Cadê a mão que não cava nem mesmo uma cova?
Não faça de mim um veículo que te sirva veloz

Ao egoísmo da glória, muito menos o passaporte
E tão pouco a minha alma, em abonar a sua prova
Calando a minha boca, mas jamais a minha voz


Murilo Celani Servo

 
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murilocs
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 04/01/2013 22:35  Atualizado: 04/01/2013 22:35
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 Re: Vampiro dos sonhos
Boa noite Murilo, seus versos narram uma cena de extremo desconforto no concernente a vida e a sua precariedade eminente se avizinhando a falência total dos órgãos vitais,
Num processo de finitude do seu personagem, Parabéns pelo seu contundente soneto, um grande abraço, MJ.