Poemas : 

Verso, independentemente, meu verso

 
verso meu, que te gosto
filho torto
aleijado

do ventre podre
saiu a fórceps
sem aval dos bacharéis

criado nos becos,
bares, sujos lares
entornos de cabarés
em conversas de fé,
com pessoas sem fé...

sem cabeça, nem pé
chegou a mim,
no triste fim
de berrar, sem falar nada
de raiva!

em labutas, fajutas
sarjetas,
onde a barata tem melhor conduta

teimosamente vivo
em mim, até ti

verso meu, que te mostro
sou teu pai
é meu tudo

verso meu que te entono
no sarau da rua,
fostes mais que filho

foi CURA do abandono


São Ninguém


Serafim de Dias Santos

 
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SerafimdosSantos
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/01/2013 07:54  Atualizado: 15/01/2013 07:54
 Re: Verso, independentemente, meu verso
Ficou óptimo, Serafim. Abraço luso.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/01/2013 10:18  Atualizado: 15/01/2013 10:18
 Re: Verso, independentemente, meu verso
Palavras encantadoras fromando essa magia de poema, lindo demais