Poemas : 

Sou alma gêmea... sem a outra metade...

 
 
Sou alma gêmea... sem a outra metade...
 
Por mil vidas, no tempo e espaço...
Te vivo em mim...
Meu enlaço e desenlaço...
Elos perdidos no universo...
Que um dia será reencontrado...
Ainda que haja o desenlace
Que fenece o meu ser...
Tenho certeza que
Haverá um amanhecer que estarei
Frente a frente com você
E, eternamente te amarei...
E, te direi TE AMO VOCÊ...
Hoje, sou um cristal quebrado...
Um diamante sem lapidação...
Um rubi raro e não encontrado...
Sou balança sem ponto de equilíbrio...
Sem prumo...
Sem rumo...
Um relógio do tempo da vida sem ponteiro...
Um prazer sem orgasmos
Sou gêmea sem a outra metade...
Sou xadrez sem a peça fundamental...
Uma aliança que procura o teu dedo...
Pra ter enfim o teu aconchego...
E, sentir enfim você novamente em mim...
Sou assim...
Sem você...
Você é e sempre será a peça fundamental...

Ray Nascimento

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Do fundo do meu ser; amo te ler; tua amizade e seu amor sincero são refrigero pra minha alma.Te amo Amiga do seu AMIGOMENINO!
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Adriel

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Autor
RayNascimento
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/03/2013 01:08  Atualizado: 08/03/2013 01:08
 Re: SOU GEMEA SEM A OUTRA METADE
Boa noite Ray.
Lindo poema e carregado de emoção.
No entanto, as almas não dormem.
O coração pode sofrer, mas a felicidade irá abraçar e congratular.

Beijinhos,


Frank_Mike

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 08/03/2013 02:41  Atualizado: 08/03/2013 02:41
Usuário desde: 03/09/2012
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Mensagens: 18165
 Re: SOU GEMEA SEM A OUTRA METADE
Poetisa Ray
Amor eterno amor! Quanta falta ele te faz! Lindo e sentido poema!
Parabéns!
Beijos!
Janna

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/12/2015 17:58  Atualizado: 22/12/2015 17:58
 Re: SOU GEMEA SEM A OUTRA METADE
A Alma Gémea
Nenhum sonho custa tanto a abandonar como o sonho de ter uma alma gémea, nem que seja noutro canto do mundo, uma alma tão perto da nossa como a vida. O que é a alma? É o que resta depois de tudo o que fizemos e dissemos. Podemos traí-la e contrariá-la, mesmo sem saber, porque nunca podemos conhecê-la. Só através duma alma gémea. Fácil dizer. Agora como é que consigo falar?
As almas gémeas quase nunca se encontram, mas, quando se encontram, abraçam-se. Naqueles momentos em que alguém diz uma coisa, que nunca ouvimos, mas que reconhecemos não sei de onde. E em que mergulhamos sem querer, como se estivéssemos a visitar uma verdade que desconfiávamos existir, de onde desconfiamos ter vindo, mas aonde nunca tínhamos conseguido voltar.

O coração sente-se. A alma pressente-se. O coração anda aos saltos dentro do peito, a soluçar como um doido, tão óbvio que chega a chatear. Mas a alma é uma rocha branca onde estão riscados os sinais indecifráveis da nossa existência. Não muda, não se mostra, não se dá a conhecer. O coração ama. Mas é na alma que o amor mora. Todos os amores. Toda a vida.
A alma deixa o coração à solta, como tonto que ele é, e despreocupa-se e desprende-se do corpo, porque tem mais que fazer. E o que faz a alma? Mandar escondidamente na parte da nossa vida que não tem expressão material ou física. Está mal dito, mas está certo, porque estas coisas não se podem sequer dizer.

O quem e o quê não lhe interessam. A alma não deseja, não tem saudades, não sofre nem se ri; a alma decide o que o coração e a razão podem decidir. A alma não é uma essência ou um espírito; é a fonte, o repositório, a configuração interior. Expressões horríveis, onde as palavras escorregam para se encontrarem. Só resta repetir. A alma é de tal maneira que é aquilo, exactamente, de que não se pode falar.
A não ser que se encontre uma alma gémea. Gémea não é igual. É parecida. Não é um espelho. É uma janela. Não é um reflexo. É uma refracção.

(...) O desejo de encontrar uma alma gémea não é o desejo de reafirmarmos a unicidade da nossa existência através de outro que é igual a nós. É precisamente o contrário. É poder descansar dessa demanda. No fundo, todos nós duvidamos que tenhamos uma alma. Senão não falávamos tanto dela. Os melhores ainda são aqueles que a deixam a Deus.
Uma alma gémea é a prova que não estamos sozinhos. Ou seja: é a prova de que a alma existe. Não faz nem diz o mesmo que fazemos e dizemos — mas tem uma forma de fazer e dizer tão parecida com a nossa, que deixa de interessar o que é dito e feito. Uma alma gémea faz curto-circuito com os fusíveis corpo/coração/razão. Não é o «quê» — é o «porquê». O estado normal de duas almas gémeas é o silêncio. Não é o «não ser preciso falar» - é outra forma de falar, que consiste numa alma descansar na outra. Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda dos amigos. Não precisa de amor nem de amizade para se entender. As almas acharam-se. Não têm passado. Não se esforçaram. Estão. É essa a maior paz do mundo. Como é que um ninho pode ser ninho doutro ninho? Duas almas gémeas podem ser.

Como é que se reconhece a alma gémea? No abraço. O coração pára de bater. A existência é interrompida. No abraço do irmão, do amigo, da amante, há sensação, do corpo, do tempo, do coração. Há sempre a noção dum gesto posterior. No abraço de duas almas gémeas, mesmo quando se amam, o abraço parece o fim. Uma pessoa sente-se, ao mesmo tempo, protegida e protectora. E a paz é inteira - nenhum outro gesto, nenhuma outra palavra, é precisa para a completar. Pode passar a vida toda. Não importa.

Quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver. Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento. A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdêramos desde a nascença.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Explicações de Poruguês'