Poemas : 

A FORÇA do TEMPO de CRIANÇA

 


A FORÇA do TEMPO de CRIANÇA

A lembrança da nossa professora
declamando para os alunos
o poema Presença do Mario Quintana
me encanta, tanto pelo poema
como bela beleza da professora...

As nossas primeiras emoções:
a primeira namorada, aquele rio,
aquele campo verde, forma
o nosso padrão sentimental
e quando gostamos ou não de alguma coisa
é conseqüência das nossas lembranças
do tempo de criança...

Como escreveu Drummond:
“quando saí da minha terra,
se é que sai da minha terra...”

A gente nunca esquece
o lugar onde nasceu
e fica, como o salgueiro,
derramando lágrimas
no riacho do olvido...


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JBMendes
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Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 10/03/2013 18:02  Atualizado: 10/03/2013 18:02
Usuário desde: 28/07/2009
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Mensagens: 10486
 Re: A FORÇA do TEMPO de CRIANÇA
Estou de acordo, a gente sai, mas parece que nunca saíu daquelo lugar mágico
que onde desenvolvemos nossas brincadeiras, onde formámos nosso caracter, onde
fomos crianças felizes.

Gostei de ler
meu abraço.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/03/2013 20:59  Atualizado: 10/03/2013 20:59
 Re: A FORÇA do TEMPO de CRIANÇA
É verdade caro poeta, há momentos assim na vida das pessoas, agora mesmo fez-me voltar também aos meus tempos de criança, que perfeitos foram...quem me dera voltar a ser criança para reviver todos estes momentos outra vez, se me permite aqui vão, tão perfeitos à luz dos meus olhos:


Genuínas reminiscências

Arrebata-me uma saudade na rajada do vento, na morrinha e na invernada que rasga o silencio oh, e à noitinha junto à lareir’ acender o lume, com a saruga do pinheiro, os gravetos d’ acácia, e as folhas tenras d’ eucalipto e do loureiro, e das bagas oh, o cheiro, sob as rachas da lenha resguardada no palheiro de paredes de pedra e de telhado rijo fabricado n’ olaria da minha rua.
Arrebata-me a saudade das brasas na lareira sob a panela de ferro, cozendo o milho, ou a sopa de trigo ou o bolo do caco e a castanha no brasume p’a família inteira.
Arrebata-me uma saudade na cartola e no garrafão de vime, e no corno do boi cheio de vinho caseiro amiúde...e dos poios laranja terra, adubada com o estrume da vaca e a mondada a eito das urtigas e da erva melada...e das botas d’agua da rega na levada clorofilada de musgos, ervas aromáticas, treviscos, giestas, dente de leão, abundâncias, trevos, pata de galinha, junquilhos e malvas.
Arrebata-me uma saudade na vassoura de urze e na vassoura de palha e no cabo de madeira, da pá, da foice, da pedoa, da enxada do machado e da lima...oh e arrancar a erva do pátio na calçada.
Arrebata-me uma saudade de beber água com sabor a terra das nascentes e do verde dos montes ingremes, numa bica de palma fazendo a ponte na levada quebrada.
Ah e do toque das ave-marias, às seis e meia e as mulheres resguardadas de pés em banho-maria absorvendo um calorzinho na derme fria, e as mãos em direção ao azul do céu, ora num tom azul anil, ora num tom azul mar, ora num tom azul petróleo ora num tom místico pardacento rezand’o terço e dando as graças pelo berço abençoado em que foramos acolhidos.

Maria Luzia Fronteira
Funchal, 08 de maio de 2012

Abraços
Luzia