Poemas : 

PROCURO O MEU JUSTO SUICÍDIO

 



Procuro o meu justo suicídio
sem culpas nem escusas junto à cruz
vaidades ou a presunção do martírio
se não há luz que traga luz aos olhos
como aos olhos o que neles foi e já não seduz?

Morre tudo quanto morre, resta nada
estátua esconsa caída no esquecimento
fatal como toda e qualquer porta fechada
onde as mãos são inúteis e corruptas
resta-nos assim aceitar o adormecimento.

Escassas flores das flores havidas outrora
azuis dos céus que nos azuis foram portos
quando os rios eram sem mais demora
que frio é o aço nas veias mil vezes ofendidas
teus lábios nos meus lábios, ei-los mortos.

Procuro o meu justo suicídio
brincam crianças na sua macia infância
mau é o homem que pratica homicídio
descansa amada, eu só irei deste
para esse outro lugar, onde não há distância.

Jorge Humberto
08/03/2013


 
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jorgehumberto
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/03/2013 20:54  Atualizado: 10/03/2013 20:54
 Re: PROCURO O MEU JUSTO SUICÍDIO
Boa tarde poeta.
Que poema mais real e presente nos dias de hoje.
Quando existem a pessoas a sofrer por causa de tanto mal que a vida causa, onde não encontramos as dignas respostas para a solução que pretendemos, porque não deixar de acreditar em viver e cometer o justo suicídio?
Poema de introspecção para todos.

Cumprimentos,


Frank_Mike