Poemas : 

Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha me perguntado nada, por isso as aspas. Mas a palavra RESPOSTA foi escolhida assim mesmo, porque sempre temos em nosso subjetivo, indagações. A minha ideia aqui, portanto, é respondê-las na medida do po

 
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Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha me perguntado nada, por isso as aspas. Mas a palavra RESPOSTA foi escolhida assim mesmo, porque sempre temos em nosso subjetivo, indagações. A minha ideia aqui, portanto, é respondê-las na medida do possível, usando de conjecturas. Um tiro no escuro, se assim preferirem. E, não tem um alvo específico, senão todos, inclusive a mim mesmo!






O título aí encimado é enorme, mas é o título. Com esta ladainha que pretendo confeccionar, tenciono arrancar minhas máscaras e expor toda hipocrisia que penso ter, sem a ilusão de achar que vou identificar, de fato, todas. Este processo ou terapêutica que me imponho faz parte da busca insana por mim mesmo, por minha verdadeira natureza mental. E sendo um estranho para mim mesmo, isto muito me constrange, afinal, durmo com este estranho, vivo com este estranho e alguém que transa e faz sexo com minha mulher, que penso ser eu, não o conheço. Estranho tudo isso e, nem posso sentir ciúme porque é um tipo de traição no avesso do avesso, sem contar que está totalmente estabelecida pelos milênios de prática. Somos cornos de nós mesmos e nada podemos fazer, senão encontrar o verdadeiro dono do pinto. Quero saber quem sou, custe o que custar. E este é meu drama, meu sonho de consumo.
Os belos carros, as mansões, o sexo, tudo isso, ao colocar na minha mão, ainda posso curtir por momentos bem fugidios, mas correr atrás mesmo, não vou de jeito nenhum. Para mim e, também para a ciência, a matéria sucumbiu sobre si mesma, morreu por inanição. No mergulho, encontraram só energia coagulada, energia compactada, ou seja, algo virtual e sem existência objetiva. Portanto, está na contramão da história amealhar, juntar, colecionar selos, se empanturrar de dinheiro, terrenos, montanhas, ilhas ou banheiras de hidromassagens.
Sexo? Penso como Nietzsche: Bestial.
Já observaram um macaco transando? Ou, no meio da rua, uma cadela? Já perceberam como os corpos imitam perfeitamente o coito, este mesmo que praticamos, cheios de romantismo regado a um bom vinho ou Wisk? Empanturrados de um amor imbecil e instintivo e que, depois de alguns meses ou anos ou melindres, pedimos a separação em meio a tapas e ofensas, as mais baixas. Assinamos o divórcio como quem assina a própria alforria.
O belo romantismo, tão cheio de poesias e flores vai para o esgoto. Mas alguém aí pode querer falar das exceções, porque elas existem, mas a que custo esses casais permanecem “juntos” até o fim de suas vidas? Alguns não querem dividir os bens materiais, ou virtuais, suas ricas e ilusórias posses. Outros porque têm horror a solidão. Outros por insegurança...etc... etc... até chegar no verdadeiro e belo amor, não é? Estes, são raríssimos. É amor mesmo? Ou teria outro nome que temos medo até de pensar? Muitos nem querem pensar. Tremem. E quando sonham, porque isso acontece, dizem que é apenas um sonho e, dão o ponto final sem querer saber de onde veio o sonho ou o motivo daquele, em especial. Esses, se lessem Freud ou Jung, logo abririam a guarda para a depressão e o subterfúgio no suicídio. Se matariam numa perspectiva ilusória de estar matando o ego. O suicídio, agora esclarecido então por mim, é uma metáfora levada ao pé da letra. Para esses, e também os outros, o conforto e o prazer do pênis e da vagina, se encontrando, é o objetivo máximo. Se vai haver um filho depois disso, que se dane, “Deus tome conta”. Quando ficarem de quatro, agora já sabem, basta babar ou grunhir e nem se preocupem com o pensamento, quem vai querer pensar nesse momento inconcluso?
Agora vamos à merda do avatar AZKE (uma provocação ou uma ofensa chamar o avatar de merda? Sim e não, depende do cérebro que vai chafurdar aí. Estou rindo, acreditem se quiser.
Digo merda porque o homem por trás, e bem atrás, não o conheço, mas respeito o Budha que existe no íntimo desse homem, o ser Crístico que existe nesse homem, o Deus em latência que está bem vivo nesse homem. Mas que, por ser eu, também, um homem ainda em estado primitivo, saio na porrada, entre rancores mal contidos e todo tipo de baixezas por mim perpetradas. Neste caso, sabendo e acreditando, em estado de convicção, falto com o respeito, principalmente, por mim mesmo. Eis o meu constrangimento. E não pensem que é pouco quando falo em constrangimento. Mas aí está), mas como eu dizia, vamos a Ele. Aliás, um pequeno addendum. Já observaram que toda vez que uso essas palavras, Ele, dele, Você...etc.. coloco em maiúsculas, mesmo quando estou “brigando”? Observem minhas páginas. Quando não, é por simples esquecimento. Iriam perceber isso, também, lá no Portal Literal. Mas, lá, só deixaram os escritos em arte. Os comentários foram todos retirados, mas está lá, mesmo na briga homérica que tive com o Azke. É a minha tentativa de respeitar o Ser, O Cristo, O Budha, que existe no homem por trás do avatar. Penso que muitos devem ter percebido isso, não todos, portanto a explicação é para os distraídos. Sem ironia ou com. Não distingo por falta de competência mesmo.
De novo, vamos ao avatar Azke, com a respectiva tentativa para derrubar minhas máscaras. Cito-o porque Ele foi o pivô de alguns insights que prorromperam em mim, enquanto viajava em direção a minha bela Aracaju. Insights esses que me mostraram o quanto sou tolo e hipócrita e medíocre, o que me encheu de uma ternura e de um amor dos mais belos e profundos. Uma lucidez terna e amorosa que não consigo verbalizar aqui. Não tenho a sabedoria para interpretar aquele sentimento. Não foi uma epifania naquela envergadura que penso ser a verdadeira. Porque já tive uma antes, com trinta e dois anos, e que fiquei por três dias em total estado de êxtase, amor profundo por todos e por tudo, onde minha inteligência, naqueles três dias, deu um salto de anos luz. Contei essa história para o avatar JMatos, ou Jana, aqui do Luso, num dia de tédio, quando me encontrava na delegacia, pelo chat. Agora voltei à minha burrice cotidiana, o que é uma lástima, mesmo.
Escrevi três poemas na intenção do Azke (depois comento sobre os insights), que já no meio desses mesmos poemas, mudo de ideia, invertendo a direção da seta. Mas o que leram, preocupados mais com o esgoto que chafurdam, não puderam ver, não quiseram ver o que estava mais além. Olha aí o espelho. Olha aí o motivo porque digo, naquele poema simples, aqui no Luso, que ninguém vai entender meus poemas e que todos ficarão nas estantes esquecidos. Mostrarei os três poemas agora e as devidas explicações. Sim, tenho explicações. Por que não posso explicar os poemas que compus? Por causa da falácia, que todos repetem sem pensar, que o poeta não pode explicar por isso e isso..blá..blá... O poeta tem uma intenção quando escreve e todos querem descobrir qual é. Quando descobrem se sentem deliciados, principalmente se for um poema belo e inteligente. Vou ao deleite quando um poeta diz exatamente o que pensou quando escreveu tal ou qual poema. Deem Vocês a interpretação que querem. É um direito. Mas que o poeta quer ser compreendido, disso tenho certeza, ninguém vai me convencer que o poeta, o grande SER mágico e não sei mais o que, só quer ser lido. Ora, me deem licença. Convençam as múmias. O comunicador que não se importa em ser compreendido, que piada. De lascar, essa.
De minha parte, assumo, adoraria ser compreendido exatamente no recado em que estou tentando passar, comunicar, dizer. Quero que saibam o que penso, lá no tutano do poema e, quero que descubram também, o que vem embutido, em bilhete, pelo meu inconsciente e que, me escapa. Já fizeram isso comigo e foi um deleite. A lógica era irretocável. Assim foi entendido, não havia dúvidas, porque simples e claro depois de revelado.

Os poemas, então.


O dejeto

Ele flutua,
Causa asco,
Fede,
É humano? Não.
Ou sim.
Vai saber o que é este ser!

Mas, adubadas as plantas,
Não ingerimos essa merda?


Este belo e inteligente poema (sim, para mim é belo e inteligente, constatação minha, opinião minha, falta de modéstia, máscaras que caem e o escambau), foi escrito depois de uma briga com o Azke, onde Ele só não me chamava de deus. Os palavrões foram tantos que até hoje estou zonzo.
Mas, simplesmente não consegui chamá-lo de ‘dejeto’. Mas chamei a mim mesmo e todos nós, ou seja, me inclui totalmente. Não consegui resistir. Tentei, mas meu espírito impediu.
Observem o poema até à frase: “Vai saber o que é este ser!”. Parei aí e não consegui continuar. Fiquei rindo comigo mesmo neste momento. Depois fiquei saboreando a possível irritação equivocada daqueles que iriam ler.
Vejam que separei, depois de longos minutos travado no final da frase citada, para colocar:

“Mas, adubadas as plantas,
Não ingerimos essa merda?”

Só não vê quem não quer mesmo ver. Ou talvez porque esteja sutil demais para quem o lê e, claro demais para mim que o escrevi. Mudei de ideia aí e, chamei para mim toda a merda que ingiro em termos de ideia e/ou pensamentos de outros, sem deixar de pensar nas plantas mesmas, que adubamos com estrume e que comemos, diariamente, só que reciclado pela tecnologia natural da terra. Foi isto que pensei ao final do poema. O Azke, claro, ficou na periferia como todos nós. Coloquei Ele, o Azke, no mesmíssimo nível de igualdade. Se estou sendo sincero? Bem, às favas quem achar que não. Os meus pecados, terei que me haver é com minha própria consciência. Aí, me tremo todo. Portanto, repetindo, não foi dirigido á quem seria, de fato, dirigido. Este poema foi o primeiro. Está lá no Portal literal. Vamos ao seguinte. Que foi feito, também à guisa de recado ao mesmo avatar.

Este poema, que não sei se é bom ou ruim, mas que tenho certeza que vai ser melhorado, porque não estou contente com ele, é uma ironia ácida ou não tão ácida, afinal, feita a mim mesmo, ao próprio poema. Basta lê-lo com este viés. O poema fala do massacre das palavras, da ladainha da construção para se mostrar sofisticado, fala também dos poemas daquela moça que mete uma porrada de palavras, para mim desconexas, cheias de vulvas, pênis, pênis grossos, púbis, reentrâncias e por aí vai. Ora, este meu poema não fala a mesmíssima coisa. Ou, eu mesmo não já falei em outros poemas essas mesmas porcarias? Portanto, este poema, de novo, uma tentativa de direcionar à pessoas tais, foi frustrado. Novamente não resisti e falei de mim mesmo e todos, mas, claro, mais de mim. Senti que foi mais para mim. Novamente ri e disse para mim mesmo: “Milton, Você não tem jeito, se aquiete.”
Vejam que mudei, não muito é bem verdade, no final, depois da palavra “Digo:”
Aquilo seria para mim. Mas acham mesmo que penso ser um homem espiritualizado? Ali, é o que eu gostaria de ser. Quando digo: “As vísceras e seus correlatos, deixo aos cães.”, estou dizendo a mim mesmo, porque ainda me amarro numas coxas e numas vulvas. Tento superar a besta fera que há em mim, mas ainda estou de quatro em pleno coito, já um pouco enfastiado, é bem verdade, mas vem em ondas em determinados momentos que tento afastar. Por isso, nunca traí minha parceira de encarnação. Não me falta vontade. Mas a vergonha, ao me posicionar como quadrúpede, é muito mais.
O poema em questão: que está no luso:
(quem já leu, claro, vai pular ou, se quiser, vai fazer a verificação)





Metalurgia sem refino (ou a merda em vã tentativa)



E descem a marreta ensandecida como quem odeia
A palavra
E levam à forja a milhões de graus
Na esperança de arrancar o escalpo de algum sentido
Ou sabe lá o quê desse desespero.
E machucam e emprestam a feiura
De onde pensei, surpreso, nunca existir o medonho.
E sangram qualquer som hostil enrugado no grunhido,
A perder-se nas entrelinhas desse vazio.

A forma duvida, apesar do brilho(?),
Aliás tudo fica suspenso à beira do abismo
E se precipitam em plásticas espalhadas e disformes,
Posto que a distância impõe respeito nessa queda livre.

E cortam a palavra, e espancam a palavra,
E trituram a palavra entre caninos,
Suponho, como as bestas-feras na impossível fome.
Torcem as roupas íntimas puídas e estendem no varal e
Absolutamente nada dizem aquelas letras tão cheias de aridez,
Que ficam ali, na fileira imensa da estupidez, erguidas ao vento,
Ao curtume da navalha, do bisturi ou da faca
Do profissional da ideoplastia descambada no vil, ilusionista de si mesmo.

Tão bem arrumadas estas construções, tijolo por tijolo,
Num trabalho duro a saltar os olhos do diabo.
Satanás se contorce pleno de inveja –
Como pode essa criatura me superar na hediondez!?

E fundem a palavra, e fodem a palavra
Até putrefazer a palavra neste miasma,
E arrancam da palavra este chiado inconfundível, catarro e asma.
Tudo dentro dos mais altos padrões em série, exigidos pelos
Holofotes da passarela,
No corte e na dupla costura, seguindo as linhas e o modus operandi
De uma inclinada postura para o mais e portentoso nada.
Um niilismo elevado à putrefação e ao molho colorido,
Servindo à estultícia do pensamento fraco.

E vergastam a palavra, e torturam a palavra,
E afogam a palavra, e crucificam a palavra,
Até não haver graça nenhuma em teu sublime uso.
E depois de tudo, sério, muitíssimo sério, como a anta,
Colocam-se à mostra todas as vergonhas e dizem
Sem que ninguém possa ouvi-los:
Eis-me aqui neste aleijado e paralítico poema.

E depois tonitruam entre raios de estupidez: foda-se o amor.
De que me serve esse Assis, se a merda aduba as plantas?
Me alimento delas, dessas raízes.

E continuam na procriação e lambança de hímens e glandes, feito animais,
E riem e choram enviesados nesse sentimentalismo de veias e artérias,
Tão pobres e anêmicos e em sabor próximo, de mãos entrelaçadas.
É deste amor que tanto dizem, e explicam, e regurgitam, e vomitam,
E espalham, e enrabam, e enfrascam
Em vidros pequenos, médios e grandes de perfumes vencidos.

Mas o poeta, coberto de lepra, insiste contundente:
Eis-me aqui nesta construção feita de palha,
Este meu poema, este fogo de segundos,
Este monstro que tanto faz o gosto dos meus pares.

Digo:
E quem terá a coragem de me ouvir nesta solidão amarga
E saborear deste mesmo paladar solitário, talvez pior?
E quem terá a coragem de dançar em cima deste meu cadáver,
Que uni o verso neste multiverso de amar além das coxas?

Mas o amor virou mesmo um hieróglifo
E os arqueólogos não pensam mais em decodificar.
Uma vagina ou um pênis
É o souvenir perfeito e custa bem mais barato.

Para que amar assim tão universo? – pergunta o estulto da perquirição.
Amo somente neste oceano, respondo,
Porque aí sou plenamente livre. Outros lá estão.

As vísceras e seus correlatos, deixo aos cães.





Pois bem, o próximo poema vai pelo mesmo caminho. Tento endereçar, mas a minha consciência me dobra. Percebo o ridículo, percebo que o endereço sou eu mesmo e por aí vai. É irresistível. O poema, este, é hipócrita. Tão fácil perceber!
O poema diz logo de início:
“confeccionar condutos para fezes
À guisa de poemas, poesias,...”
Ora, mas esse mesmo poema não é isso, um conduto para minhas fezes e porcarias? Uma ironia, na minha opinião, facílima de observar.
Aliás é isso que aquele poeminha maroto, “Da inteligência”, e que gosto pra caramba, diz:

Da inteligência

A ironia fina
Diagnostica a acefalia.



Outra ironia. Sabem por quê? Porque fico puto quando não consigo perceber certas ironias finas. Minha inteligência não alcança e me sinto um acéfalo. Quero dizer, a ironia fina me diagnosticou: Não tenho cérebro. Putz...hehehehheehehehehe... me desculpem. Preciso rir. É muito divertido expor as vísceras. É divertido ser sincero. É divertido meter a chibata no próprio lombo. Minha esposa diz que sou doido e que sou muito duro comigo mesmo. Ela não brinca. Diz que preciso consultar um psiquiatra. Já insistiu tanto nisso que vou tirar a tomografia para provar que estou bem ou, quem sabe, descobrir algum tumor cancerígeno, vai saber o que vou encontrar por lá. Talvez a constatação da minha acefalia...hehe... Embora pense que, de algum modo, sou inteligente em alguma parte do corpo.

Sim, mas quase esqueço o poema. Que está no luso:



Hipocrisia é isto!


Confeccionar condutos para as fezes
À guisa de poemas, poesias,
Grávidas de acusações e porcarias/chulas.
Os poetas amam e transitam
Na integridade de caráter.
Falo dos verdadeiros poetas (não me incluo),
Não dos tolos.
Falo dos sábios (não me incluo).
Com estes, aprendo.

(Não está claro, claríssimo, que essa merda fala de si mesmo? Putz!
Não está claro a ironia?)



Acredito que os verdadeiros poetas transcendem a tolice. Mas aí é uma opinião muito íntima.
Vi isso no Rubaiyat de Omar Khayyan, quando estava em estado de consciência alterada no momento em que praticava uma meditação chamada Kriya Yoga. Sou um Kriyaban. Vi isto nas falas amorosas de Francisco de Assis e outros grandes espíritos. São eles os meus faróis, além da ciência, que sou totalmente fissurado e que não compreendo quase nada.

Tudo isto que digo aí em cima, vai soar bem piegas, não é? E isto não só para o Azke, mas acredito que para mais alguns. Quantos? Não tenho a menor ideia. Talvez a maioria, talvez a minoria. Honestamente não sei. Como eu gostaria? Gostaria que soasse bem bacana, claro. Vai dizer, você, que está lendo e que escreve, que não gosta de ouvir que adoraram um seu escrito, aquele que Você fez com tanto zelo?
Um cara que tem uma mente sofisticada, com certeza vai achar piegas e não sem razão. Um dia, eu mesmo, posso achar isso tudo um lixo. Agora não sei classificá-lo porque vou postá-lo assim que terminar. Não terei tempo para deixar de molho e ter uma visão à distância. Os erros gramaticais vão pulular. Mas vai assim mesmo, não por falta de respeito, mas porque, neste caso, estou valorizando o conteúdo. Adoraria escrever este texto de um modo mais elegante, para mim e para Você que está lendo. Fico feliz quando deixo alguém feliz. É vero.


Vamos ao insight que me ocorreu enquanto viajava para Aracaju, na verdade, quando voltava.
Porque, enquanto dirigia em direção à capital, na verdade eu pensava no Azke, em como deveria respondê-lo e, também, em como deveria me comportar, porque já estava sentindo vergonha por rebater o diálogo deselegante e insistente, lá, em “minha” página. Mas não resolvi nada. Foquei nos meus problemas a resolver.
Ao chegar em Aracaju, fui ao centro espírita, ouvir uma palestra e logo depois me dirigi ao shopping Center para me consultar com uma oftalmologista, aliás, bonita e gentil a disgramada. Sai do consultório e fui andar pelos corredores do shopping, mas em direção da livraria, Escariz, onde ocorreu o lançamento do meu livro. Queria saber sobre as vendas do famigerado. Os seis livros, os meus, continuavam lá, para meu desgosto (rs).
Antes, na primeira prateleira, havia um senhor, magro, de uns setenta anos. Quis passar entre Ele e a prateleira. Ele percebeu e gentilmente me estendeu o braço , num gesto de “pode passar ou fique a vontade”. Passei. Foi a vez Dele. Ele queria passar, então fiz o mesmo. Ele se dirigiu à prateleira dos livros da minha terra, Sergipe. Arrisquei um “O senhor gosta de livros sergipanos?”. Ele não me respondeu e pegou um livro. Pensei que era surdo, então peguei o meu livro e coloquei gentilmente em suas mãos ao mesmo tempo em que mostrava a orelha do livreco, onde continha minha foto. Foi o gatilho que destravou sua mudez. Ele diz: “Oh... meus parabéns.”
E sai logo para não importuná-lo. Mas, trinta segundos depois, Ele me acompanhou com o meu livro na mão e me pediu um autógrafo. Fiquei surpreso e feliz e disse: “O senhor tem certeza? Não quer ler um pouquinho só pra ver se gosta? Talvez o senhor ache uma lástima”. Ele, o Senhor, diz que todos os livros tem algo para oferecer. A conversa foi exatamente assim. Não enfeitei. Autografei e dediquei. Ele desapareceu e eu vendi um livro, um mísero livro de poemas. Vão ficar lá por três meses, os cinco restantes, até que eu passe pelo constrangimento de pegá-los de volta. Ou então terei que ficar por lá para vender, o que não vou fazer. Passarei então pelo constrangimento. Mereço.
Algo desatou em mim depois disso. Algo pequeno. Um tipo de amor, um algo terno.
Fui para a praça de alimentação. Enquanto almoçava, vi um casal de velhinhos, sentados. Também se alimentavam. Mas fiquei a observar a velhinha, que parecia mais frágil, sentada em sua cadeira de rodas, o maxilar tremendo enquanto ingeria o alimento... frágil ...desprotegida... e... comecei a pensar e sentir... os anos vividos, seus amores, suas ilusões, seus erros e uns tantos sentimentos que não conseguia identificar e que apertava meu peito. O amor começou a invadir meus pensares, meus sentimentos e... meus olhos ficaram úmidos. Daí por diante começou a vir outros sentimentos e não parou mais.
E, em meio a alegria, depois, e uma nostalgia, depois, um amor, depois, a certeza maior de minha mediocridade, minha hipocrisia, isto já na estrada, ouvindo Coldplay (novamente esse disco/cd, o primeiro dessa banda). A alegria e o amor me invadiu e chorei ouvindo “Yellow”... e continuei ouvindo e pensando nesse meu estado de ser tão pobre. Fiquei feliz por identificar minhas mazelas, minhas feridas, por estar me limpando cada vez mais dessas ilusões, dessas vaidades... E... lembrei do Azke já com um outro olhar bem mais amigo e respeitoso, obviamente pensando no ser transcendental que há no corpo que se intitula Alex. Pensei no Zesilveira e senti um amor avassalador. Na Ângela, o mesmo sentimento e em muitos do luso e no meu círculo de amizades. Algo rolou. E mais, mas não vou me estender.
Ao chegar em casa, me aprontei para ir a uma reunião de estudos, numa casa espírita aqui em Ribeirópolis, que comecei de forma estranha, muito estranha. Também não direi, já me alonguei demais.
Ao adentrar o recinto, a médium, depois, me declarou que entrei acompanhado de um espírito que demonstrava envergadura espiritual elevada. Meu terceiro olho, entre as sobrancelhas, latejava, pulsava, como nunca, mas é prazeroso. É uma pressão que não é pressão. Não sei explicar isso. Diz Ela que estou no início da preparação para virar um palestrante. Sentia isso já a muito tempo, a muitos anos. Vai rolar algo e, me parece, o meu curso de psicologia vai dançar.(rs). O sentimento de amor continuou, então...
Gostaria, também, de lembrar que rolou um sentimento muito forte e terno com relação à moça Roque, que foi à “minha” pagina de forma muito elegante fazer suas correções em meu texto, senti um terno carinho. O Luiz, esse cabeludo, simplesmente elegante e gentil, senti um terno carinho e, vejam só, no momento que pensava nesse cara, Ele postou sua crítica pra lá de elegante. Poderia ser mais duro se quisesse, mas não o foi.
Agora estou imaginando a reação, por exemplo do Azke. Vai me xingar, vai amesquinhar minhas letras, vai dizer que é piegas ou vai ficar em silêncio. E o Zesilveira? Vai gostar ou não? Vai achar piegas ou não? Vai ficar em silêncio ou não. E os outros? Vão me atacar ou tangenciar com palavras vazias, deixando ao largo a sinceridade?
A discussão que tive com o avatar Azke, elevou a estatística ao cume em poucas horas. Gosto desse joguinho. Fico observando os números subirem e outros descerem, como uma criança que brinca com um brinquedo novo. A galera gosta mesmo é de um barraco, muito mais e de longe, do que a poesia. Os números não mentem.(rsrs). Vejam lá. Os seres humanos e suas máscaras. O filósofo e famigerado Lobão estava certo: “é tudo pose..ôôôô... é tudo pose...ôôôôô...hehehe...


Por último, meu mais novo poema, que faço um pequeno desafio em tom de brincadeira.
Levando em consideração que o poeta quer dizer algo no principal do corpo do poema e que quer ser entendido naquilo que ele quis dizer e que, já disse que meus poemas, alguns, claro, não serão entendidos, lanço essa brincadeira.
Uma parte do poema, a que mais acho bonita e sofisticada, quero saber o que quis dizer nessa parte. Houve uma intenção bem clara para mim, um ideia que achei realmente bonita.
A parte é essa:

“No ranger da velha dobradiça
Sustentando a porta que se fechava em dúvida
Ou, naquela folha seca abandonando a árvore.”


Mandarei meu livro, por correio, até para Portugal, para quem acertar onde está beleza, que é sutil e inteligente para mim, vou repetir, PARA MIM( acho que posso me colocar como arrogante, pelo menos dessa vez, afinal, escancarei tudo mesmo e assumi minha total arrogância, não foi?), dessa estrofe. Garanto que quando for dito, todos verão que a lógica, apesar de sutil é irretocável.
Isto é para quem quiser participar da brincadeira; da pieguice, para alguns ou simplesmente uma brincadeira salutar, para outros. Participa quem quer e não precisa dizer que não vai participar. O silêncio, neste caso, além de ser elegante, diz muito mais.
Esqueci de dizer: Ainda estou trabalhando nele, portanto podem dizer se mudaria algo.
Querem saber de uma dúvida minha? Quis parar na quinta estrofe, onde termina dizendo “mas há poesia sufocada ali.” Não resisti e posto tudo. Mas irei retirar no futuro, se achar que está feio como um todo.


O poema inteiro:






O viço da poesia




Na geometria das coisas, onde não havia a menor graça,
Lá estava ela a delirar ainda mais o meu delírio.

No ranger da velha dobradiça
Sustentando a porta que se fechava em dúvida
Ou, naquela folha seca abandonando a árvore.

No andar trôpego do bêbado, ziguezagueando,
Como a escolher os mais belos paralelepípedos.
Nos riscos duplos de uma freada abrupta,
Denunciando o atropelamento de um poema distraído.
Nas linhas amarelas dividindo o negrume do asfalto quente
E nas placas de trânsito convidando a uma parada,
Ou dizendo, curto e gentilmente, para seguir.
E aquele defunto, tão sério, respiração presa,
Quanto tempo irá suportar essa falta de ar?
É lúgubre, bem sei, mas há uma poesia sufocada ali.

Outro dia fui às lágrimas
Quando recebi uma mensagem automática
No meu celular, era meu aniversário
Sendo lembrado pelos bits de um computador.
Quantas poesias passando por aqueles circuitos!

Aquilo tudo estava ficando intolerável à vida real
E, fui pedir conselhos às grossas e lindas coxas
Daquela médica em particular.
Mas quando me perguntou o que sentia,
Óculos de pernas abertas sobre a mesa a me refletir,
A caderneta de anotações, receituários em prontidão
E aquele estetoscópio em volta do pescoço fino
em que a terra há de sufocar um dia...

Ah... prorrompi em lágrimas e convulsões histéricas.
Era poesia demais, impossível continuar assim, afirmava
Aquele olhar clínico, enquanto meu coração tremia.
Esta patologia, dizia enquanto me aninhava entre pernas, é terminal.

Não havia jeito a ser dado, não podia ser curado.
E a morte me comeria lentamente, minuto a minuto,
Por entre cotidianos e idiossincrasias deste amor.




Pode baixar o cacete. Fiquem a vontade e com prazer. O orgasmo é de vocês.
Aos leitores apressados: É muito enfadonho ter que explicar o que está claramente exposto no texto ou, depois de explicar a um, vem um outro com a mesma indagação ou acusação. Tenho por costume ler os comentários de outros para me inteirar do assunto. Isto para não ser repetitivo. Se ocorrer, mesmo assim, responderei, fazer o quê?




MF.



.







 
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Srimilton
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/04/2013 23:55  Atualizado: 03/04/2013 23:55
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Milton, escreveste o que na minha terra se chama: um testamento! não há dúvidas que respiras poesia e com tal entusiasmo que não há aqui uma alminha que passe sem te visitar. parabéns lusos.


Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 04/04/2013 00:07  Atualizado: 04/04/2013 00:07
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10486
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Vou-lhe contar meu amigo, é preciso uma paciência de Jó
estou a ler há imenso tempo, que o testamento é enorme,
é certo que nunca comentei o amigo, nem considere isto comentário,
que para lhe falar francamente, tudo isto para mim é assunto que não
sei decifrar é como um mistério, mas ainda assim já que li, quero dizer-lhe
que dei por bem empregue o tempo, pois a poesia valeu esse meu tempo empregue.

Tenha uma boa noite, aqui passa da uma da manhã...
abraço (rsrs sem hipocrisia)




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2013 00:22  Atualizado: 04/04/2013 01:21
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Oi, amigo

Depois de ler a sua "cartinha" e entender os seus motivos, venho aqui para dizer que não te sintas tão ansioso por estas e outras.Tudo a seu tempo.
Sobre o poema que vc postou, para mim a parte mais bonita e significativa é o último verso.
"Ou, naquela folha seca abandonando a árvore."Percebi ali a sabedoria de deixar o que não é mais necessário e voltar ao grande todo.Pode ser viagem minha, mas foi assim que eu senti.
Belo e significativo!

bj de paz

Angela


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2013 00:59  Atualizado: 04/04/2013 01:13
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
"O viço da poesia



Na geometria das coisas, onde não havia a menor graça,
Lá estava ela a delirar ainda mais o meu delírio.

No ranger da velha dobradiça
Sustentando a porta que se fechava em dúvida
Ou, naquela folha seca abandonando a árvore. "



Creio que estes versos(já dizem muito) completam/dizem o belo titulo... Gostei !



Quanto ao "testamento", apreciei demais... e fiquei rindo da tua escrita reveladora de momentos passageiros (que registraste neste texto)/ um mergulho no intimo. Uma psicanalise de si mesmo, um procurar entender sentimentos fortes, reativos... "o homem e sua circunstância" num belo debate... todos temos momentos assim, entretanto nem todos são marcados com escritos, como este teu. Mas, ficou legal...


Um abraço, Milton.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2013 02:53  Atualizado: 04/04/2013 02:55
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
''As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade o amor é recompensa por você ter resolvido os seus problemas'
Norman Mailer


Nunca pensei assim, nem sei se com toda capacidade de entendimento para me convencer plenamente um dia. Mas, hora uma, hora outra me vejo esbarrando com alguém dizendo alguma coisa perto disso; Numa crônica da Martha Medeiros, ela diz arremedando o Norman Mailer; “O amor ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: (...) Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo.” Digo; ‘Queremos o amor como pré-requisito para os sucessos todos, quando na verdade, o amor espera primeiro você ser tornar feliz para só então surgir diante de você sem máscaras e sem fantasia. Felizes os que aprendem a administrar seus conflitos e aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. (...) O amor é o maior prêmio para quem relaxa e goza.’

Agora me vem tu ó Milton, pôr mais caraminholas na minha cabeça, endoidecendo ainda mais a minha doideira, nesse afã de; sinceramente, tentar entendê-lo.

Cara, isso aqui é seu testamento pré-mortem ou pós-vida. rs Não tenho elementos para contestar suas razões de procura de ajustes e entendimento duma provável missão a partir dessa sã insanidade que meus olhos leram no bojo das suas palavras, todos temos uma. Uns deixam pra lá, outros procuram respostas. Nem sempre é uma ação exequível e de esperado sucesso duma resposta iluminada. Nesse mister, sempre haverá muita névoa, breu, turvando nossas razões. O ‘mais pequeno’ pensar nos leva aos subterrâneos da mente, mas nossos olhos precisam de iluminação para guiar os passos, precisam ao menos duma uma tênue luz.
Apesar da areia nos olhos, perseverar naquilo que se acredita é louvável em qualquer circunstância.

(fico por aqui) mas digo um pouquinho mais, agora dos poemas, que nada mais são que elos imprescindíveis desta sua caminhada. Não há motivo algum para eu meter o pau.
meu abraço carioca. e força na caneta, sempre.


Enviado por Tópico
HelenDeRose
Publicado: 04/04/2013 15:05  Atualizado: 04/04/2013 17:11
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 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Milton, você quer que eu comente a forma como escreveu ou o conteúdo?

Sinceramente, primeiro, ao meu ver, este texto seria para ser publicado no Forum, parece mais um discurso político, na defesa de atitudes, ações e reações. Segundo, durante a leitura você muda de assunto que pretendia falar e isto é cansativo, muito cansativo. Terceiro, Portal Literal? Você trouxe discussões do Portal Literal para o Luso Poemas? É isto que entendi? Quarto, a sua visão de amor é particular, não concordo contigo quando generaliza, nem pela forma "bestial" que exemplifica. Quinto, os seus poemas estão bem escritos, mas, se eu soubesse que são metapoemas, não teria comentado, porque estou evitando ciladas deste nível. Sexto, cuidado com pessoas que você não conhece de fato aqui no Luso, antes coma um saco de sal com elas, depois confie se for capaz. Sétimo, quanto ao perfil adjetivado ofensivamente, eu faria uma pergunta: quem tem sangue de barata aqui? Desde que eu entrei neste site em 2008 não vi nenhum santo ou santa aqui, pise no rabo deles e você saberá quem são de fato.

Não estou baixando o cacete, nem com prazer, nem com gozo, nem tive orgasmo. Na verdade senti nojo, apenas isto.

Observação: o meu nojo não é sobre o que você escreveu, o meu nojo é sobre a situação em si.

Um bom dia.

Helen De Rose.




Enviado por Tópico
cleo
Publicado: 04/04/2013 17:08  Atualizado: 04/04/2013 17:08
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 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Xiiii, rapaz... çê botou faladura aí com fartura, hen!!!

Não querendo desmoralizar, mas por aqui o pessoal não gosta de textos muito longos...

Entendi como um desabafo necessário para apaziguar a alma inquieta.
E que tem pano para mangas aí... Oh, se tem!!!


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 04/04/2013 19:18  Atualizado: 04/04/2013 19:18
Colaborador
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Mensagens: 6699
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Milton,
Simpatizo contigo, caso contrário não disporia meu tempo
para ler e comentar teu texto-desabafo.
Como diria Jack, o Estripador, vamos por partes:

1- Talvez pelo teu emocional o texto é longo,
chato, cansativo e de narrativa confusa.
Bom para ser debatido com um terapeuta.

2- Dás muita importância para a um avatar, como
muitos outros que explodem pelo mundo virtual.
De repente estou a gastar meu português até mesmo
com um ou com próprio Azke
ou eu mesma seja ele disfarça de mim mesma.

3- Não vi genialidade nenhuma nos poemas.Tudo bem,
que não sou "gênia", mas disseram que tenho QI altíssimo,
o que nunca cri, por que há ocasião em que me acho de burrice indescritível.
Enfim...Então tá: é isso!
Abraço.


Enviado por Tópico
TrabisDeMentia
Publicado: 04/04/2013 19:59  Atualizado: 04/04/2013 19:59
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Mensagens: 2331
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Sobre o "viço da poesia"

"
No ranger da velha dobradiça
Sustentando a porta que se fechava em dúvida
Ou, naquela folha seca abandonando a árvore."

Quando li esta passagem, fora do contexto, eu imaginei o acto de finalizar um poema.
Por vezes é como enterrar um caixão vazio sem corpo para velar, nunca fica a certeza da morte, o trauma persiste.
Outras vezes é como um fruto, que amadureceu e se cumpriu.
A àrvore, a mim, é o poeta. A folha o poema. O resto é a busca pela perfeita expressão.

O poema, no todo, fala desse vicío/doença que é estar poeta.
Porque estar poeta é estar apaixonado.
É ver cor no xadrez de um tabuleiro.
É ver penumbra num raio de sol.

E o poeta pode encontrar curvas em paralelipidos e converter toda essa monotonia geomêtrica na mais abstrata das filosofias, mas no fim, o que sobra é uma outra pedra, para um outro poeta entender.

Um abraço.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2013 20:07  Atualizado: 04/04/2013 20:09
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
"O viço da poesia"

mas
"o poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente" (F.P)

Apenas li e comento o seu poema no contexto do mesmo e quis entender assim...pois acho que escreve bem poemas, quanto ao resto caro amigo é muita escrita, pode até ser de qualidade mas é demasiado para ler e o tempo não permite, melhor, o tempo é quase um luxo atualmente tais são os afazeres do quotidiano.

Abraços
Luzia


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2013 20:44  Atualizado: 04/04/2013 20:48
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
entretanto,

convém à fantasia. convém ao acaso de um preparado argumento em dosagem desta quantia já tão gasta, qual à.. poesia de "tretas."
(ou costume..)
senhores, o que não lhes surpreende é a própria prerrogativa a compactuar-se em questas e/ou outras insistências(chamo-as: "oferta", também..). é um.. cotidiano, vezes um coeficiente em prenúncio da indulgente crítica que temos "ao redor"..
(às vezes, não ditas.)
não seria mais cômodo, ao exercício da auto-suficiência, que tratássemos os nossos pormenores adjetivos à.. produção? nada mais cabível ao homem de inteligência posterior(contemporânea, por que não?) que um atributo sujeito às suas dadas análises, períodicas ou incertas, em têrmo da comum resposta pra si mesmo, seja: um aprendizado. uma metodologia social "(na)prática". um desenho da sociedade de consumo próprio ou às incertezas de "outréns". uma proposta. uma resposta que vai e volta, e. por quê? afinal.. tantas mentiras e tantos lados?
o que somos em dada hora de "consulta", que não..

..os olhos de quem "o" vê?

quando a verdade é deflagrada(não usando têrmos baixos-ofensivos.. ¬¬), artíficios de cobrí-la arremetem ao palco integrado e sempre, posto em aceitação, sempre/sempre.. nivelado. é talvez, a forma que se digam nos livros/filmes/"poesia" sobre o acto de não se esconder à verdade. aquela ladaínha de não se poder mentir pra si mesmo.. ¬¬

agora,

o prefácio, de tais obras assim determinam por ora, um alvítre da particularidade em que lhes chamei por atenção a uns dias/poemas/interações atrás:

a chamada porra da liberdade.

onde, com esta, vcs podem destilar-se, podem consultarem-se, podem-se ao extremo de cada uma das perspectivas adjacentes, serem o próprio acto por ponto em condenação referida, ou.. podem-se, através da liberdade própria, eleger o consumo das possibilidades infinitas que nos delimita ir além.. instigar ao pensamento, pô-lo à prática do papel(aqui, digital..) e.. por que não, ir mais ao "ápice?"

a liberdade de dizê-los, por exemplo..
a liberdade de um poema/comentário/assunto/nome-assinado/posição é avaliada por cada um aos seus diferentes aspectos e, por arbítrio(de cada um..), indicada.

é tudo que lhes disse em outras vezes.
é toda a verdade que lhes encontro.

vejam.

não fosse assim, teriam de pedir desculpas, pedir licença pra expor um elemento A/B/C/D/E/F(etc.) ou mesmo exporem-se: quais "ditos", pois então.. ¬¬





toda forma de razão é indicada por uma particularidade(ao exemplo) de cada um.
toda forma de conduta satisfaz ao portador, uma espécie de revelia.
agora,


aquilo, aquele que realmente somos, estampa-se às "intempéries" de nossas vidas em decorrer, e também(acreditem!) quando em:

ocorrência.
repetição.

eis o inferno de cada um: repetição de si próprio.
pois é do próprio inferno,

repetir-se.






(...)








..





ps: à parte do poema.
não direi deste e não analiso pormenores e/ou qualquer indicação de minha parte, apenas.. à "parte" do poema, rs.

"(...)Ah... prorrompi em lágrimas e convulsões histéricas.
Era poesia demais, impossível continuar assim, afirmava
Aquele olhar clínico, enquanto meu coração tremia.
Esta patologia, dizia enquanto me aninhava entre pernas, é terminal.(...)"


Enviado por Tópico
GabrielaSal
Publicado: 04/04/2013 21:36  Atualizado: 04/04/2013 21:36
Colaborador
Usuário desde: 19/01/2013
Localidade:
Mensagens: 790
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Oi Milton,
Eu li. Longo sim, mas tem
tantos sentimentos variados. E fortes.
Acho que todos nós nos sentimos assim
às vezes, com tantos pensamentos na cabeça
que nem sabemos como colocá-los em ordem.
A única diferença de você com a gente, é
que você colocou no papel.
Longo sim, mas cheio de sentimento.
E como sou movida a sentimento, eu li.
Sentei na minha cadeira de "Psicologa", e
tentei entender.
Bom que a gente possa tirar tanta coisa
assim de dentro.
Quando lí, senti que me identifiquei
com algumas partes. Principalmente nesse
banco de jardim (como faço isso!).
Me detenho hoje no sentimento de seu texto.
Julgar poesia, hoje não.

.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•`*´ Gabi


Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 04/04/2013 22:29  Atualizado: 04/04/2013 23:37
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Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Amigo Poeta
Milton

Li de cabo a rabo e fiquei meio tonta...acredito que arrancou todas as máscaras...quanto a hipocrisia é complicado identificar...um pouco talvez...conseguiu se reconhecer finalmente?amigo eu encarei teu texto como um desabafo...tudo que apertava,afligia, engasgava foi colocado aqui...desculpa mas não me sinto a altura para questionar...
Bjus
Carol


Enviado por Tópico
miriade
Publicado: 06/04/2013 03:57  Atualizado: 06/04/2013 03:57
Colaborador
Usuário desde: 28/01/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 2171
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Poeta, já deu para perceber que não tens o cérebro no estomago e tua filosofia é visceral.
Ao meu olhar teu texto depoimento não é comprido, é duradouro,nutrido e abundante.
A tua bela poesia é teu portfólio,autoanalise de teus sentimentos,tua plena consciência .
Tens uma percepção madura de tua realidade e a humildade de tentar conhecer teu próprio conhecimento.(acho que isso não é para muitos...).Acredito que inteligencia,cultura, autointelectualidade quando desenfreadas,é apenas uma viagem interior,uma imagem que muitos criam de si mesmo, e acabam por acreditar nela.Eu meu parco pensamento, somos brilhantes quando temos consciência de nossa limitação, de nossa ignorância,(nem falo de humildade).Como você mesmo falou nas curvas de seu texto, é tudo mesmo uma questão de interpretação,de imaginação.Parabéns por sua capacidade mestra de interagir realidade e poesia.

Meu carinho e minhas tâmaras frescas...rsrs, Lu


Enviado por Tópico
BabajiJairo
Publicado: 09/04/2013 01:52  Atualizado: 09/04/2013 01:52
Participativo
Usuário desde: 04/03/2013
Localidade: Salinas da Margarida/Bahia
Mensagens: 19
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Eh, meu rei... como havia dito, pousei por aqui. Nesse exato instante estou retrocedendo, objetivando retornar e, enfim poder dizer alguma coisa. No momento sou apenas um surdo sem palavras acometido pelo astigmatismo.
Depois retorno.
Um beijo!

Enviado por Tópico
fotograma
Publicado: 18/04/2013 02:36  Atualizado: 18/04/2013 02:36
Colaborador
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Localidade:
Mensagens: 1473
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/04/2013 18:46  Atualizado: 18/04/2013 18:46
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
Concordo com a Bheta não de tanta atenção a um perfil/fake

Quando li teus escritos pela primeira vez no luso(não tinha te lido em outro lugar ainda)percebi que tinhas talento com palavras.``pelos jeitos´´(teus) não me enganei. Assim quero deixar aqui,registrado uma análise ,quanto a esse talento.Não vou destrinchar/dissecar/estripar este teu manifesto(que por ser interessante passou batido a extensão)mas falar de um todo;teu ``modus operandi ´´ que está agradando aos leitores;seja poema seja texto etc.Em fim ,deixo-te uma maldição: desejo que sejas assombrado pelas palavras dia e noite,que estas te mostrem o tesouro escondido .e vc pela missão de poeta reparta conosco todo o achado.abraços.


Enviado por Tópico
RaipoetaLonato2010
Publicado: 28/04/2013 02:20  Atualizado: 28/04/2013 02:20
Colaborador
Usuário desde: 13/03/2010
Localidade: Paulínia-SP
Mensagens: 2788
 Re: Uma “resposta” a todos do Luso, embora ninguém tenha...
"No andar trôpego do bêbado, ziguezagueando,
Como a escolher os mais belos paralelepípedos".

Encontrei Augusto dos Anjos no ritmo ena sonoridade desses versos.- É
um prazer ler-te,meu poeta e prosador conterrâneo.