Poemas : 

,já nem sei, ou desejo saber

 
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,talvez quisesse sentar-me apenas no soalho,
sim, seja.

(I)

, [alguns] homens são como cantos mal arrumados,
símiles ao cantar da cotovia,

, [algumas] mulheres escondem-se em varandas esverdeadas
sem flores,
como as cinzas auroras do outono,

, esqueço-me de algumas palavras como dos brilhantes perigeus,
ou dos nebulosos apogeus,

peregrinações, apenas existir, ser, ir,
,já nem sei, ou desejo saber.

(II)

,opróbrios desgarrados quais anjos que esvoaçam
pelas rajadas do vento norte, desfazendo asas,
quais pássaros loucos

desfazendo sonhos que se arrastam,
vagarosamente, até adamastores escondidos,

indolentes benfazejos,
fazem-me rir da alva inexistente, da súplica

que antecede procelas no meio do mar,

sem medos das lembranças.

(III)

, há [alguns] homens que fecham as portas com trancas,
, há [algumas] mulheres que abrem o peito despido de pranto,

e sorriem, e os arrepios sucedem-se,

dirás; “quão suave o som da noite sem silêncio”.

(IIII)

,existiremos então?
[já nem sei, nem desejo saber].


"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)








,que seja um texto de Francisco Duarte.
 
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F.Duarte
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Enviado por Tópico
RaipoetaLonato2010
Publicado: 04/05/2013 19:17  Atualizado: 04/05/2013 19:17
Colaborador
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 Re: ,já nem sei, ou desejo saber
“quão suave o som da noite sem silêncio”.

Ouvimos melhor a nossa alma,quando estamos mergulhados silêncio e nas cores noturnas.

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 05/05/2013 14:19  Atualizado: 05/05/2013 14:19
Usuário desde: 28/07/2009
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Mensagens: 10437
 Re: ,já nem sei, ou desejo saber
quando te leio, deixo a alma a vaguear esquecida de tudo o resto,
depois surge o mais difícil as palavras me faltam para dizer
de como gosto de ler a tua poesia.
A tua poesia é madura, gerada com sabedoria,
como só um bom Poeta sabe criar.

Abraço Francisco, bom domingo.