" ... ramos floridos de cerejeiras
tomados de compaixão, celebravam o passado ..."
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- recordando o que não fiz -
água passou
velho moinho rangeu
pás em movimento lento
a vida continuava como em outros dias
nos jardins selvagens ao por do sol
corvos voavam rápidos
celebrando fim dos sonhos
não há mais esperança
flores ainda insistiam
sussurravam durante a noite
ramos floridos de cerejeiras
tomados de compaixão
celebravam o passado
até a madrugada vendo o tempo a passar
morangos maduros
não davam respostas
suspiros em ramos torcidos
não davam respostas
todos os lábios de rubis
não sabiam quem eu amava
portas da felicidade
continuam um mistério insondável
as ruínas da cidade dos mortos
recordam o que eu não fiz.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."