Poemas : 

toca da mata

 


afônicas, as cadeiras não rangiam
o murmúrio vinha de fora
lá longe, nos campos
trazia ribeirinho a saudade
suave rolava por cascatas
arrastando o menino pelas ruas
juntando ao seu alarido gemidos
das casas de tolerância
entre o si e o dó
de quem sai da infância
os sorrisos já cantam menos
quedam-se sombras caladas
meros ouvintes fluviais
e o córrego, dedos ligeiros
a perfazer atribulações de rotina
com a graça de quem não se crê afogando
ao desaguar em foz voraz
a fúria das memórias
é um acorde dorido
os aplausos, anestésico
entre vagas


 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/05/2013 01:41  Atualizado: 08/05/2013 23:54
 Re: toca da mata
Meus aplausos para esse pelo poema onde as palavras de decantam.

Enviado por Tópico
GELComposicoes
Publicado: 08/05/2013 01:45  Atualizado: 08/05/2013 01:45
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Usuário desde: 04/02/2013
Localidade: Uberlândia - MG - Brasil
Mensagens: 2314
 Re: toca da mata
Gostei!
Vi como uma torrente de lembranças trazendo a infância de volta.
Abração.



Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 08/05/2013 10:19  Atualizado: 08/05/2013 10:19
Membro de honra
Usuário desde: 23/02/2009
Localidade: Lagos
Mensagens: 2214
 Re: toca da mata
Belo poema. Nele, li o impacto que a passagem da infância para a idade adulta e o fim da inocência provocam. Talvez seja mais uma leitura para juntar à sua e à anterior Gostei muito.