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Solilóquio I

 
Escrever para ti é complicado? Não imaginas o quanto. Mas juro-te que me esquivar disto é ainda mais difícil. Eu impreciso de ti. Entretanto, preciso de palavras, principalmente as indizíveis.
Eu poderia me esconder, eu poderia simplesmente deixar a ideia passar e censurar os rastros de versos vagueando em minha mente. Só que eu prefiro navegar meu barco de papel em teus mares de armadilhas. Há quem encontra a cura na loucura. E o que seria mais louco do que entrar em tua estrutura?
Se tu me permitisses ou ao menos te permitisses!
É mais fácil entrar em um corpo do que em uma alma, e eu sei que ternura queima a pele da tua aura.
Mas não é mais instigante quando não temos permissão?
Necessito de teus demônios porque eles são compatíveis com os meus. Quem tu és é tão parecido com quem sou eu. Quando me apontas vícios e virtudes, saiba que são os mesmos que os teus. Quero-te como és, não como tu poderias ser.
Escapes das mornas atitudes que tua falsa leveza te condenou! Ou fujas dos meus devaneios (e não apenas de meus braços) ou sê estrela e subas ao céu do meu mundo para que meus olhos ansiosos te estudem.
E se tiveres dúvida do que escolher, eu digo-te: As coisas vem e vão, mas nada é em vão.

 
Autor
Quentin
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