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O RIO DE UM QUARTO

 
Não me tire não,
Quero ficar aqui,
Nem ler um livro,
Nem tomar um vinho,
Hoje quero ficar aqui,
Não me tire daqui.

Não me tire não.
Teatro, não
Cinema, não
Museu, não
Cinelândia, não
Corcovado, talvez!

De tanta beleza me espanto
E desafino meu violão.
Quero curtir essa energia,
Quero entortar minha alma
E dar sentido ao espírito
E não me sentir em mim.

Paquetá, não.
Leblon, não.
Tijuca, não.
Barra, não.
Maracanã, não.
Chico, não.
Cristo, talvez!

Hoje não leio jornais,
Nem mensagens.
E se o mundo tem portas,
Vou fechar e desligar de tudo
E no sentido da distância
Fazer o meu porto e dormir.

Zico, não.
Cartola, não.
Paulinho, não.
Nelson, não.
Zeca, não.
Bonsucesso, talvez!

Não me leve a mal
Depois do sol vem outro sol
Não há tristeza que dure sempre
Nem alegria que seja eterna
Por favor, não fecho a porta,
Se der saudade pode entrar.

Búzios, não.
Cantagalo, não.
Icaraí, não.
Maricá, não.
Recreio, não.
Bom Retiro, talvez!

Na Igreja da Penha,
Com vontade de voltar
E bem no alto da luz
E se cristo descer da cruz,
De mãos dadas pela escadaria,
A gente vai por aí, seja onde for.

JMV010820132229


José Veríssimo

 
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veríssimo
 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 03/08/2013 04:32  Atualizado: 03/08/2013 04:32
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 Re: O RIO DE UM QUARTO
é um bálsamo te ler. bem assim. bjs