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BALADA CRIMINAL

 
Chama pela alma clama dos anjos a descida na Terra
e mostra, na sarjeta o sangue do demente, mostra
nos postes os meninos sem infância pendurados, erra
pelas estradas cobertas do fogo soluçante dos desastres, as costas

marcadas pelo tridente faminto dos gladiador criminal
e trafica, trafica mesmo nas sombras sórdidas
da cidade, a alma em troca de um prazo maior no matagal
dos vícios e das perversões, acumula riqueza nas idas

e vindas dos suicidas ao testamento, pois é você quem
acaricia os sexos dos pederastas, dos tarados e dos pedófilos
cobrindo-lhes a canalhice com o escarro, e além
do jardim, demônios fustigam a ganância dos obesos, e o que lhos

restou fora o vômito e o sadismo escrachado foi o grito
nas profundezas, dos inadimplentes, guardado numa garrafa,
pois as ruas estão tomadas pelas oferendas entregues na farra
dos ladrões e dos carrascos que bêbados pelo agito

e pela droga, debandam dominados pelo Terror, tão logo
avistam um homem sem ódio no coração, o que devendo
atesta ao próximo que a alma intocada não cede aos jogos
em que se perde a Fé, pois nesta terra de arrebentos

as lendas arrependidas de não viverem trazem
pelas mãos uma mulher despida cujo sexo perfumado
é ávido muito mais do que pela fidelidade por um amor sem
limites e sem rótulos morais, cujo cadeado

afundando no mar venha a parir um deus encouraçado
empunhando tubarões e polvos e que decrete
a morte em vida dos corruptos e dos genocidas, ao lado
dos estelionatários e dos juízes, pois fraterno é o assassino que paga o frete


[size=medium]Eriko y Alvym[/size]

 
Autor
ERIKO ALVYM
 
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Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 02/01/2008 17:15  Atualizado: 02/01/2008 17:15
Colaborador
Usuário desde: 13/10/2007
Localidade: São Paulo- Brasil
Mensagens: 4206
 Re: BALADA CRIMINAL p/Eriko Alvym
Caro Eriko,
Saudações Brasileiras!!!

Antes de mais nada, quero agradecer-lhe pelo generoso comentário feito ao meu poema, cujo título, por muito pouco, não é maior do que o soneto. Claro que o fiz de propósito. Mas estou aqui, no seu espaço, para dizer que também identifiquei-me com a sua poesia. Pesada porque tem de ser. Às vezes um verso deve doer mais do que um coice. Bem mais. Gostei imenso.

Júlio