Sonetos : 

Abjura-se

 
Rabisco linhas, por entre o teu corpo,
Sem se quer me dar á ver o rosto,
Pois para mim a lembrança inquieta,
Nefasta lembrança que a mágoa enceta.

Rabisco lentamente a tua pele,
Pois é o coração que a vida timbre
Dado ao facto, ao gosto, imprime
E ao teu seio a volúpia impele;

Dar-se o corpo a sorver, posto
Que tua gruta convida, se arregala:
-Moço! Se entorna por entre o foço.

Chama-me... para adentrar-te,
Mas teme a alma tal façanha e fala:
-Não quero o corpo, quero amar-te.



Antônio Logrado

 
Autor
Antonio Logrado Caeiro
 
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Enviado por Tópico
Homo sapiens
Publicado: 01/01/2008 18:29  Atualizado: 01/01/2008 18:29
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 Re: Abjura-se
Gostei! Do remate, sobretudo.
hs