mais morto do que vivo num final de tarde
eu pisava lento o chão dos meus descaminhos
sentindo o calafrio próprio do covarde
ao ver-me assim defunto todo envolvo em linhos
supliquei ao céus: - não quero anjo que me guarde!
de um velho sábio roubei sete pergaminhos
prestei honras a dante charles & leopardi
tocado pela força mágica dos vinhos
blasfemei os santos & profanei altares
quando me perceberam cego do juízo
as putas me acolheram em seus lupanares
caí de vez no mundo sem deixar aviso
loucos & vagabundos foram os meus pares
nos quintos dos infernos fiz meu paraíso
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júlio
Júlio Saraiva