Poemas -> Saudade : 

UM MONJOLO A BATER...

 
UM MONJOLO A BATER


Murcharam todas as flores da choupana
também os pássaros, partiram em caravana,
agora só esse silêncio, que nunca existiu...
A monotonia que meu rancho rodeia,
que encheu todo o meu vale de areia,
mas que nunca encobre esse imenso vazio...
Como essas palavras, foram embora
a bica já não murmura mais lá fora,
desde a tardinha que ela partiu...

Restaram tantas frutas, agora sem sabores,
e também um luar que já não tem cores,
o sol no ocaso, agora demora para descer...
Não sei se perdeu sua doçura, o mel,
mas já notei que seu fogoso corcel,
está se recusando a me obedecer...
Minha depressão tão rápida se eleva,
e minha alma mergulha numa treva,
a noite, ao ouvir o monjolo bater...

GIL DE OLIVE

 
Autor
gil de olive
 
Texto
Data
Leituras
1152
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/11/2013 00:08  Atualizado: 19/11/2013 00:08
 Re: UM MONJOLO A BATER...
Ainda tem um bule de café sobre o fogão de lenha, a amarelinha para espantar o frio um bocado de salame que corto com a lamina afiada sobre a mesa perto do pão caseiro, saboreio e o monjolo não para de bater.

Holmes

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/11/2013 01:19  Atualizado: 19/11/2013 01:19
 Re: UM MONJOLO A BATER...
és imbatível na descrição do imagético interiorano... apesar de eu ser um arraigado citadino, não me perco ao deambular entre o cotidiano rural com seus cheiros, cores e sons... valeu Gil, muito bom...
um carioquíssimo abraço meu

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 20/11/2013 12:10  Atualizado: 20/11/2013 12:10
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: UM MONJOLO A BATER...
Bom dia Gil, o nosso apego excessivo as pessoas, redunda nisto, um dia elas se vão retiradas pela natureza, ou por vontade próprias, e a gente fica em profundo desalento, parabéns pelo seu contagiante poema, um grande abraço, MJ.