Sigo o deserto das rosas
Pra onde embocam os destinos
É nessa rua onde escoam as lágrimas
Que vêm as serras de onde evaporam os ares
É lá onde o reboco solda as massas
O suor irriga as almas e aflitas se acalmam
Onde o mar que se banha alimenta as montanhas
E os homens no silencio dos mortos cuidam das batinas
Os loucos se esquecem das meninas
Onde os passos num trote lento e sem rumo
São agulhas sem linhas que costuram o tempo
Não ir é voltar, parar é morrer, amar é viver
Passos trocados, corpos abraçados, carinhos partidos
Vivendo e seguindo, morrendo e parando, vivendo e amando
José Veríssimo