Poesia nua em arte de obcecado grito
Entoa nas entrelinhas a cor de sua rima
Construindo a história de onde o mito
É êxtase, é desejo em espessura e clima
Ilusão de instantes, um verso com ar aflito
O poeta decifra um coração que se estima
Pela teimosia do escrito ofegante e infinito
Na emoção do dito, da utopia que imagina
Poeta da tempestade entre o raio e o trovão
Momento que o clarão, é o fogo, é tom
Do instante do verbo em sua conjugação
Por versos imperfeitos, exprimindo atenção
A face em que a canção ecoa o seu som
Ao coração que a saudade escreve a paixão
Murilo Celani Servo