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- Luto -

 
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Sou feito de luto.
Estou quase de partida.
Depois de mim ninguém chega.
Sou esta estrada que não acaba,
que não acaba,
que não acaba...

Deu-me um pouco de tudo.
Deu-me um pouco de nada.
Deu-me um pouco de mim.
Deu-me um pouco da estrada,
que não acaba,
que não acaba...

Abro as portas de mim,
deixo metade do corpo,
em que...

Em que me pertenço,
em que me resgato,
em que me assalto,
me assalto,
me assalto...

E não acabo...
E não acabo...
E não acabo...

 
Autor
Ex-Ricardo
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/01/2008 22:46  Atualizado: 11/01/2008 22:46
 Re: - Luto -
O teu poema dá um tom melancólico a esse dia. É uma parada no meio do caminho, e tudo parece tão sem sentido e o caminho ainda nos convida e repete:
E não acaba...
E não acaba...
E não acaba...

Bjs.

Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 12/01/2008 03:53  Atualizado: 12/01/2008 03:53
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Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: - Luto -p/ Ex-Ricardo
Querido poeta

Com certeza que é uma letra de
música....
Que bom que não acaba e jamais
acaba....

beijinhos no coração


Enviado por Tópico
Nanda_Vamp
Publicado: 26/01/2011 12:20  Atualizado: 26/01/2011 12:20
Colaborador
Usuário desde: 03/06/2010
Localidade: Brasil / Minas Gerais
Mensagens: 545
 Re: - Luto -
Palavras profundas que me exigiram reflexão...

Gostei muito!

Abraços,

Nanda

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/09/2014 04:29  Atualizado: 27/09/2014 04:29
 Re: - Luto -
me identifico nesse seu poema, principalmente qd vc diz: «Em que me pertenço,
em que me resgato,
em que me assalto,
me assalto,»
sempre disse a sensação desconcertante de pêndulo.
curti muito mesmo favoritei vc como autor favorito,valeu!

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/04/2015 08:39  Atualizado: 09/04/2015 08:39
 Re: - Luto -
Minha vida é um reflexo deformado assim como se deforma num lago ondulante e instável o reflexo de um rosto. Imprecisão trémula. Como o que acontece com a água quando se mergulha a mão na água. Sou um palidíssimo reflexo de erudição. Minha receptividade se afina registrando sem parar as concepções de outros, refletindo no meu espelho os matizes sutis das distinções entre as coisas da vida. Eu que sou um resultado do verdadeiro milagre dos instintos. Eu sou um terreno pantanoso. Em mim nasce musgo molhado cobrindo pedras escorregadias. Pântano com seus sufocantes miasmas intoleravelmente doces. Pântano borbulhante.

Clarice Lispector,