Inveja…
O despeito em gritos surdos
A alma humana enegrecida
Falta de horizontes, afligida
Pela pequenez dos costumes
Em gritos
O provincianismo cínico
A vaidade
Por aquilo que aparenta
A simplicidade tingida
De ecos
Que borbulham tal vertoeja
Na mente que esperneia
Num retrato completo
a inveja.
……………
Vaidade…
Simbiose perfeita
Entre o sim e o não
O ser e o ter
Conjugação
E apelo
Repelente suplemento
Da mente
Sempre mais e mais
Alarido repetitivo
Do eu
Numa palavra
vaidade.
………………
Gula…
Mais e mais
Assombroso sobressalto
Nos olhos papalvo
O estomago
Grita que grita
Insaciado satânico
Leva à loucura
Alarido festivo
Uma dor de barriga
Afinal
Emergente
Em estranha visão
A gula
……………
Preguiça…
Aiiiiiiiiii
Vai que eu não vou
Reconfortante imagem
Pura sacanagem
Do corpo
Tudo me mói
Estranheza em flor
Que tarda
Peso na mente
Desconhece comando
Acaba mingando
Sem força.
Traduzido em miúdos
preguiça.
……………
Ira…
O vento que ronca
P`lo peito que adentra
Contenda
Músculo abrupto
Na ponta do braço
O cérebro
Comanda ligeiro
Sem reconhecer
Um ar que lhe dá
Cerra afligindo
Ódio
Tudo isto é
ira.
…………
Luxúria…
Mel que lambuza
Menina do olho
O cérebro esperneia
Em fétida teia
Mácula
Virtude ao contrário
Intenta o ser
O ter e o querer
Na ponta dos dedos
Esponja
Ensopada no cérebro
Em chama
É assim
luxúria.
…………
Soberba...
Ai credo
Assim não
Ou mais adiante
Suspensão
Arrogante do ego
Estima que é
Aos pés
Maior ou menor
Rebento infernal
Intemporal
Ao homem (ser)
Está bom de se ver
orgulho.
Poesia de Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...