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Os olhos não vêem o movimento das órbitas

 
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Os olhos não vêem o movimento das órbitas
nem tão pouco lobrigam o bambolear retesado
das ancas ou da cinta.

Sempre descalços, cansados, exangues de já tão feridos,
petizes incautos, os olhos salsos exsudam o verde
por dentro de si.
[são rimas, poemas, as nossas penas …].
Aclamam-se absintos,
d’erróneos passos, em compassos assíncronos
no descompasso forçado com que Kronos
mastiga e vinca rugas profundas no flume dum rosto.

Balizam-se por fim,
imaginários horizontes de códigos binários
quando, em litografias de gente nua,
se desenham consonâncias no dedilhar de cordas soltas,
sob crepuscular esplendor.

Na noite das noites, em estepes abertas de feno ao luar,
lacram-se liras depostas
com sinetes d’astros na míngua das bocas.
["são loucas, são loucas"]


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Autor
Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/01/2008 17:15  Atualizado: 14/01/2008 17:15
 Re: Os olhos não vêem o movimento das órbitas
É projeto meu escrever sobre teu universo literário. Veremos!...
Dizer da magia de :
"consonâncias no dedilhar de cordas soltas,
sob crepuscular esplendor."
Como é lindo teu universo...
Beijo.


Enviado por Tópico
Paloma Stella
Publicado: 15/01/2008 11:55  Atualizado: 15/01/2008 11:55
Colaborador
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Barueri - SP
Mensagens: 3514
 Re: Os olhos não vêem o movimento das órbitas
Melzinha minha querida,

Os olhos podem não ver o movimento,
Mas este é intenso.
E mesmo sendo loucas,
São elas assim que dedilham cordas soltas.

Beijinhos