Poemas -> Reflexão : 

NEM TÃO REAIS, TODOS IGUAIS

 
Da montanha a lenha
Do sangue o filho
Do sol a luz
Do escuro o ensinamento
Da estrela o caminho
Da mulher a vida

Da estrada a ida
Da mão o chegar
Do chegar o amar
Do mar o aprender
Das águas a calma
Da curva o trilho

Da subida a descida
Do concreto o real
Do sonho o abstrato
Do ângulo o agudo
Do reto o mudo
Da asa a liberdade

Do côncavo o verso
Do convexo o reverso
Da criança o tudo
Do amigo o abraço
Da fuga o laço
Do vento o caminho

Do espaço a criatividade
Da letra o livro
Da gota a tempestade
Do artista o movimento
Da serpente o dente
Da viola a moda

Fico tonto. Atravesso a sala como um raio de luz,
Sem pedir licença, meu coração.
E um sorriso pardo e frio me beija
E me troco por sapatos e canelas, donzelas e vilãs,
Me adoço com o amargo, me azedo com o doce
E na minha moda o fim é só o começo.

Me esbarro numa teia, não te dou tempo, o tempo não é meu.
Se te quebro em meia, quero duas partes das mesmas iguais
Uma que dure por cem anos e a outra por cem séculos a mais.

Uns aos outros...


José Veríssimo

 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 11/04/2014 17:23  Atualizado: 11/04/2014 17:23
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 Re: NEM TÃO REAIS, TODOS IGUAIS
Boa tarde poeta, para cada ação uma reação condizente, esta é a lei da física, e para o veneno seu antidoto, no mais o universo é uma reação em cadeia, uma coisa encaminha outra, e assim por diante, um forte abraço, MJ.