Prosas Poéticas : 

Retalhos XVII

 
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Hoje já deveria saber que ontem passou mas as marcas ficaram, ficam sempre, como as chagas de Cristo - a implorar ao Pai que os perdoe - mas eles nunca se arrependem, nunca, ou então sou eu que não consigo perdoar. Porque haveria de perdoar se não consigo deixar de sangrar quando os pássaros regressam a casa e, os dias crescem como a dor empoleirada no compasso da ressurreição ou da fornicação dos primeiros rebentos. Talvez alguém me diga um dia que tudo isto não passou de um pesadelo, ou de uma condenação precoce com pena suspensa.

Mathilde Gonzalez – Pseudónimo de Conceição Bernardino
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Mathilde Gonzalez - Pseudónimo literário de Conceição Bernardino

 
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MathildeGonzalez
 
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Enviado por Tópico
Robertojun
Publicado: 16/04/2014 12:49  Atualizado: 16/04/2014 12:49
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Usuário desde: 31/01/2014
Localidade: São Paulo
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 Re: Retalhos XVII
Uma linda prosa poética.

Parabéns Mathilde!

Abraço,
Roberto Jun

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 16/04/2014 13:39  Atualizado: 16/04/2014 13:39
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 Re: Retalhos XVII
Bom dia Mathilde, gosto do tom que você concebe as suas narrativas, porque trazem as angustias, e magoas para o debate da cena, e dar voz a inquietação que vem da mais viva incompreensão daquilo que aos nossos olhos deveria ser de uma forma, mas o mundo insiste em proceder totalmente adverso, parabéns pelo contundente poema, um forte abraço, MJ.