Poemas : 

MANHÃ DE UM DOMINGO QUALQUER

 
Me rumei pra Iriri
Amanheci em Jequeri
Lá jogou o Jabuti
Operário e o Vivi

Pra tomar uma aguardente
Colo e velha sem dente, coisas de Tiradentes
Onde conheci um velho tenente
Que de tanto nem era gente

Perdi o rumo de Acesita
Buscando por Mariquita
Fui parar em Sericita
Onde encontrei Dona Pitita

Destruíram minha linha
Que saudade da Mirinha
Parece com minha filha
Virgem Maria de tão fina

Meu Santo de fé é São Paulo
E um conhecido São Pedro
E de tanto medo fujo da linha
Diga lá Rafael, coisa minha

Onde ganhei um Inhambu
Vindo de lá de Manhuaçu
Junto pinga velha de “sabuco”
Sem falar da filha do turco

Viajando noite e dia fui parar em Bicuiba
Terra de coração do Fernando e Jamir
Antes comprei petisco no açougue Pé de Porco
Vindo lá de longe, imagino, da fazenda dos Varoto.

Fiz uma ponte de embaúba
Atravessei o São Francisco
Acreditava chegar em Cuba
Correndo da dor e corisco

Não ando mais nos trilhos
Nem tenho tantos filhos
Nem tanto mais nos linhos
Herói de mim e dos vinhos

Ouro Preto ninho e Liberdade
Mariana filha minha, muito ouro
Diga lá Diamantina, que inveja
Sem rima, sem poesia, pra quê!!!


José Veríssimo

 
Autor
veríssimo
 
Texto
Data
Leituras
647
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.