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Pororoca

 
De repente o vento sobrevoa minha alma
e a paz acalentada em meu âmago
se torna em tormenta e pororoca

O chão estremece e abala suas raízes
as águas revoltas levam tudo a sua volta até
que chegue nova pororoca

A alma queda-se cansada e abatida
a vida perde a sua essência em vida
e a morte é suave e livra-se da lida

O sol brilha em pleno fulgor
mas uma nuvem negra paira no alvor
e há escuridão ao meio dia

Respiro o ar, malfadado e poluído
busco abrigo, no confins do mundo
mas só encontro nada mais que abismos

Surto em desespero e grito
um berro rouco rasga meu peito ferido
rasga o véu da vida entre espirais de vento

Já não haverá amanhã
espero que esse amanhã jamais chegue
e que o dia de hoje se encompride pra sempre

A pororoca acontece a cada ciclo
em cada ciclo a vida e a morte
se reúnem e caminham lado a lado

Fadinha de Luz






Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)

 
Autor
MariadeFatima
 
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Enviado por Tópico
Robertojun
Publicado: 31/05/2014 21:42  Atualizado: 31/05/2014 21:42
Membro de honra
Usuário desde: 31/01/2014
Localidade: São Paulo
Mensagens: 2286
 Re: Pororoca
Olá, MariadeFatima!

Parabéns pelo lindo poema.

Abraço,
Roberto Jun