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SAUDADE DA LAMPARINA LATINA

 
Um grão de areia maldito bamboleando na peneira;
Um látex bendito cicatriza a ferida da seringueira;
Num peito não dito a dor é meeira, arteira, violeira;
Cato um poema escrito rasgado e jogado na lixeira.

A felicidade é uma menina, tem gosto de mamadeira
E o amor uma esquina onde escorre e se poda a videira,
A dama louca de purpurina se esconde na dor por inteira
Onde a musica é a retina que eterniza a velha timoneira

Sonhar no arenito, se embriagar na salina da velha pedreira
Sagrado o granito da manhã cristalina, querida mangueira
Desatino estrito que ao me tocar desafina na fria soleira

Montar a pelo desatina o que já foi predito no colo da cavaleira
Toda dor é divina, marcada a ferro e fogo rescritos perto da beira
Incendeia a lamparina latina na cor do infinito, tão longa ladeira











José Veríssimo

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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/05/2014 10:46  Atualizado: 31/05/2014 10:46
 Re: SAUDADE DA LAMPARINA LATINA
Tempos onde a luz era vistas pelos nossos olhos. Um lindo poema que nos faz belas coisas recordar

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 02/06/2014 04:28  Atualizado: 02/06/2014 04:28
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Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17960
 Re: SAUDADE DA LAMPARINA LATINA
tão longo o tempo que rasteja, no peito.
encobre a ilusão como um manto de luz...
sumido das horas, da vida, então. (beijo)