Sonetos : 

Há em toda a beleza uma amargura (Walter Benjamin)

 
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Há em toda a beleza uma amargura
secreta e confundida que é latente
ambígua indecifrável duplamente
oculta a si e a quem a olhar obscura

Não fica igual aos vivos no que dura
e não a pode entender qualquer vivente
qual no cabelo orvalho ou brisa rente
quanto mais perto mais se desfigura

Ficando como Helena à luz do ocaso
a língua dos dois reinos nâo lhe é azo
senão de apartar tranças ofuscante

Mas à tua beleza não foi dado
qual morte a abrir teu juvenil estado
crescer e nomear-se em cada instante?

Walter Benjamin, (1892-1940), filósofo alemão, in "Sonetos". Tradução de Vasco Graça Moura
 
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AjAraujo
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/07/2014 10:56  Atualizado: 03/07/2014 10:56
 Re: Há em toda a beleza uma amargura (Walter Benjamin)
No olhar existe as amargura que se refeltem pelos próprio olhos. Algo que entristecem e se desfugura no ocaso de um vever ofuscando a vida de nosso ser.

brlo poema