Poemas -> Amor : 

defeito colateral

 
poderia escrever que o amor
é um dia de sol varrido por brisa refrescante.
poderia poemar que a ausência da fonte do amor retira o sono
e o perfume das flores.
que cores primaverais não se sobressaem
ao cinza da falta que ele faz.
poderia insistir em mais ainda;
que quando há abraços de amor é no paraíso que se fica.

sim, tudo parece tão simples
e ao mesmo tempo fenomenal
quando o amor se aprofunda
na escrita.
não demonstra-se ser (ele) a causa
das anomalias do ser que se agita
por querer sempre mais e mais recíprocas.
não exibe as urticárias,
os pruridos d' alma.
não dá-se dicas de que o poema
é simplesmente a bula
do ansiolítico.



Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

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MarySSantos
 
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Enviado por Tópico
Manufernandes
Publicado: 01/09/2014 19:42  Atualizado: 01/09/2014 19:42
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 Re: defeito colateral
Mais um poema que adoro
li com sofreguidão sem
parar para respirar
Um espelho!
Um bom ansiolítico!
Parabéns Mary muito,
muito bom!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/09/2014 19:48  Atualizado: 01/09/2014 19:49
 Re: defeito colateral
o poema é realmente asséptico e quase asceta. é flor que brota do estrume... :/

falando genericamente, não deste em particular :p


Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 01/09/2014 21:43  Atualizado: 01/09/2014 21:43
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 Re: defeito colateral
Boa noite Mary, quando a nossa realidade se faz insólita, temos como sangria a nossa vasta subjetividade, que se molda aos nossos anseios com toda a brandura que o nosso sujeito anseia, embora não cumpra as nossas demandas carnais, parabéns pelo eloquente enredo poético, MJ.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/09/2014 22:29  Atualizado: 02/09/2014 12:07
 Re: defeito colateral
Dos olhos os sentimentos que plantam nas ilhas dos olhares de onde os vento vem nos tocar


Enviado por Tópico
TecaLima
Publicado: 05/09/2014 15:33  Atualizado: 05/09/2014 15:33
Da casa!
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 Re: defeito colateral
A musicalidade dos teus versos, penetra as fibras mais espessas dos corpos mais pesados.Acalmam a alma em agonia, reverberam nas ondas dos rios e do mar.