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Rei Arthur

 
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A Ilha.
A bordo do Corvo.



O sol já quase se ponto no horizonte, as primeiras estrelas começavam a desenhar um novo céu, onde as velhas conhecidas, Polares, Ursa Maior e Menor davam espaço para outra de outro hemisfério.
O mais prudente seria retornar ao Corvo, pois pernoitar na ilha na primeira noite, seria um tanto arriscado, assim como deixar apenas os marujos e o capitão Malenca a bordo. Quem sabe teriam uma surpresa um tanto desagradável na manha seguinte, caso partissem com o navio sem Arthur e os cavaleiros, pois a confiança que Arthur havia depositado no capitão Malenca estava se desgastando.
A bordo do Corvo e sobre as cabeças da tripulação um céu de uma negritude carregadas de mistério, e cheio de estrelas. O cartógrafo pôs se a desenha-las, criando o registro de um mapa estrelar para futuras navegações nesses novos mares que estavam sendo desvendados, e desmistificados da existência de monstros marinhos, e de que o oceano terminava, num precipício numa queda sem fim.
Um tanto abafado em sua cabine Arthur, foi ate o convés, e ficando a lado do cartógrafo, constatou nos desenhos uma constelação em forma de cruz, voltou os olhos para o céu, e lá estava ela, que mais tarde seria conhecida com Cruzeiro do Sul.
- O sinal do senhor nesse céu! Tudo indica que irá nos proteger durante a navegação, isto me faz mais tranquilo, e posso voltar meus pensamentos para a rainha, e quem sabe aparecer em seus sonhos e dizer que até aqui esta tudo bem.
O cartógrafo olhou para o rei e voltando a desenhar, era de pouco falar, passava a maior parte do tempo a observar e reproduzir com minúcias o que lhe era pedido, e o que lhe parecia exótico .
Os três cavaleiros reunidos a proa, relembrando os feitos e das viagens em outros reinos, Breton sentou-se do outro franco do convés e com sua flauta transversal, começou a tocar sobre este infinito oceano uma melodia tristonha, acompanhado ao longe dos chamados lamuriosos das baleias.
Esta vibração sonora, pôs todos a bordo num estado melancólico, e por mais que o homem viva no mar, seu porto seguro sempre será nos braços da amada, e rodeados pela família, sentados à mesa dividindo o pão no jantar, porém alguns dos marujos e o capitão Malenca não tinham família, viviam de maneira errante, de cais em cais, mas de qualquer forma sempre retornavam a um velho cais onde buscavam as mesmas mulheres que com paciência, ouviam suas desventuras e sentimentos sendo expostos iguais a de um garoto fragilizado pela solidão do mar.
Por alguns instantes esqueceram da ilha, porém esta não os esqueceu. Todos os seres viventes na ilha, invisíveis ou não, ouviam as belas músicas desse instrumento que despertara na memória daqueles gigantescos monólitos o cantar dos sacerdotes, e bem a centro os seres invisíveis saíram de dentro desses blocos de granito, pondo-se em círculos, e numa dança de ciranda entoavam os sons da magia num palco de luz, iluminado pelas estrelas.

* Corvo é a caravela que os levavam ao novo continente.


Pg 20

Parte do Livro Rei Arthur de minha autoria
 
Autor
airtorion
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1912
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