Poemas : 

O que fazem mortos

 
Tags:  eternidade    vale    gado    incognita    derrete  
 
Sobre o vale nada
ecoa
uma distância
os horizontes
uma luz
antiga
como a espera
um crepúsculo
de recolher
os gados derradeiros
Camões
é primavera
está a chover
uma chuva que a nós
visita do que era
eternidade que é
agora
sabemos que há mortos
por todo o lado
mais vivos
que a própria saudade
e vivos sem liberdade
mais mortos
do que era de esperar
neste tempo
de venalidade
atroz
que rouba sonhos
como quem rouba ouro
que não derrete
e o que pode acontecer
é o que mais promete.






 
Autor
Carlos Ricardo
 
Texto
Data
Leituras
1329
Favoritos
3
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
39 pontos
7
4
3
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 03/11/2014 22:44  Atualizado: 03/11/2014 22:44
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: O que fazem mortos
Todo o poema caminha duro, forte, dolorido. E o final quase machuca.

Dos que mais gosto.

Um beijo, Carlos.


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 03/11/2014 22:59  Atualizado: 03/11/2014 22:59
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: O que fazem mortos P/Carlos Ricardo
Um belo poema, revivendo a cessação definitiva do que é vida... Gostei imenso. Vólena


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/12/2014 21:13  Atualizado: 14/12/2014 21:13
 Re: O que fazem mortos
De diferentes tons e nós cegos, quantos sem nós, quantos
Sem paz mas apegos, como uma mariposa, na ilusão da chama
A que se sentem ligados e mais se avizinham.
(Os sítios que assustam, têm lados outros que fascinam)

Pudesse eu no caixão, recluso morar, comigo ao lado.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/12/2014 11:27  Atualizado: 17/12/2014 11:27
 Re: O que fazem mortos
obrigado por tudo isto