Poemas : 

afanítica

 
algures
em declive
rocha vou
em reboliço

rolando
estalo
ralando
calo


basáltica
vou
no tempo
algures


movimento
às vezes
leve
às vezes
levo
às vezes
paro
porque
quebro

esmiúdo-
me
fanico-
me
sentimentos



algures
não me
escondo
mas me
fendam
desencontros



somente
acha-
me
o vento
e sente
meu tempo
rente
desgastando-me
a cútis
de um jeito
indiferente
quando ainda
pulsa no âmago
um magma
quente






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Autor
MarinaNegre
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/11/2014 14:12  Atualizado: 19/11/2014 14:12
 Re: afanítica
ler este poema deixou-me uma sensação de qualquer coisa que falta, misturada com a sensação de qualquer coisa a mais, assim como uma pedra no sapato por baixo do calcanhar e no mesmo sapato um buraco na biqueira, tudo ao mesmo tempo...o que queria dizer é que gostei muito...abraços


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/11/2014 18:38  Atualizado: 20/11/2014 18:38
 Re: afanítica
algo referente à lava.. ou pretensão de escorrer em beira daquilo que deserda a palavra que tanto quer entrar..


não sei(sinceramente!) mas gostei de ler este declive, nestas
cenas de palavras descidas.




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/12/2014 12:24  Atualizado: 02/12/2014 21:08
 Re: afanítica
Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi sem pesar

Mário de Andrade