Poemas : 

canela

 

Na penumbra vigio os lírios onde
a tua íris descansa.
talvez seja o odor dos sonhos que
me atrai até ao desconhecido
e me leve
ao cheiro de canela moída.
Os pais natal caminham acompanhados de sorrisos.
Gritos de crianças trazem vontades
escolhidas a dedo.
É o Natal da aletria
que aquece a alma dos pouco amados.
Os sinos tocam finas melodias, na madrugada.
Os sem abrigos são aquecidos com a palavra amor.
Voltar é a palavra chave.
Voltar a sorrir, também!




Carolina

 
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Carolina
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/12/2014 16:16  Atualizado: 26/12/2014 16:16
 Re: canela
Embora esta época e de festa e alegria, eu gosto de sorrir todos os dias, todas as épocas.
Abraços


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/12/2014 21:21  Atualizado: 27/12/2014 21:21
 Re: canela
A levezas das palavras em um alcance infinito. Um poema que muito nos tocam que aquece os sentimento e o sentir. Momentos de se refletir esse seu belo escrever.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/01/2015 19:29  Atualizado: 03/01/2015 19:29
 Re: canela
O meu mal é sorrir pra mim
Não sou capaz de explicar a sensação do mal em mim; representava, nesse período da minha vida de que falo, a fonte de uma angústia inexprimível. Os homens constroem teorias estranhas sobre o bem e o mal, sobre os castigos e as recompensas; procuram assim a verdade que nunca em vida poderão saber.
Foi muito bom para mim e para a minha família o facto de eu ter sempre ficado em casa e conservado sem esforço o meu antigo modo de ser calmo até aos quinze anos. Nessa altura, porém, mandaram-me para uma escola longe da minha casa, onde o ser latente em mim que tanto temia despertou e começou a agir e a insinuar-se na vida humana.
Quando digo que sentia haver muito mal dentro de mim, não quero dizer que estivesse desde sempre condenado a uma vida de infâmia ou de vício. Quero dizer, porém, isto — que havia em mim uma forte atracção por todas as coisas censuráveis que assediam o homem: podia controlar ou podia satisfazer esta atracção, mas uma vez satisfeita, mesmo só um pouco, era provável que eu nunca mais me pudesse controlar. Resolvi satisfazer essa atracção, e a partir desse momento, dava-me um prazer enorme explorar sempre novas espécies de mal.

Fernando Pessoa - manuscrito, original em Inglês