Poemas : 

[não te sei explicar porque resolvi parar]

 
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não te sei explicar porque resolvi parar
ou porque fechei repentinamente a porta da vaidade antes entreaberta

talvez o mar se tenha repetido
partido

o das procelas jamais
mas não é esse que perdura no final das sete ondas seguidas

ou as palavras que li deixaram de fazer sentido.

nunca é a hora certa eu sei
nem o recomeçar
muito menos o regresso ao cais que se desconhece
que se acusa e recusa no mesmo momento.

.esta é a liberdade da folha de papel que antes se apresentava em branco e que depois me deixa espraiar possessões marés cavalos alados ou simplesmente o voar titubeante e ziguezagueante das orquídeas que nascem tardias
é.

...

afinal tudo se completa
tudo ultrapassa o beijo flébil
a ausência
os areais que se arrumam pelos cantos dos horizontes
os equívocos.

Até já.


(Ricardo Pocinho)


"Floriram por engano as rosas bravas
No inverno:veio o vento desfolha las..."
(Camilo Pessanha)

http://ricardopocinho.blogspot.com/
ricardopocinho@hotmail.com

 
Autor
Transversal
 
Texto
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Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 28/11/2014 06:30  Atualizado: 28/11/2014 06:39
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
Um dia destes talvez regresse até porque só tenho a agradecer aos que me leram e comentaram ou apenas leram, mas existem alturas que mais vale a pena sair pela mansidão da rododáctila que se aproxima neste momento em que coloco este texto.
Sim, confesso que aprendi.
Mas também confesso que por vezes me questionei (e não foram poucas) sobre o porquê, de vira o disco e toca o mesmo, regressarem sempre as mesmas questões, repetições e afins, controlos e mais controlos, pedidos de “-Perdoa-me” tão comum nas novelas mexicanas (digo eu porque nem sei se por lá isso acontece), não que tal muito me incomodasse, mas que origina uma série de “selfies” onde alguns se querem colocar nas pontas dos pés, outros pedindo protagonismos, ou que alguém lhes diga “-Regressa estás perdoado, és imprescindível”.
Pior até hoje ainda não entendi porque é que é sempre o mesmo Poeta (e escrevo Poeta com P grande, não que lhe deva alguma coisa, não, nem comentários nem abraços), talvez o Azke, seja o único que aqui sempre se apresentou com uma linguagem diferente, desconstruindo a poesia como um dia referi num comentário, relegado ao ostracismo repetidamente. E onde estão os outros?
Levo comigo também o F.Duarte, o Outro, a escrita continuará é claro sem a tal porta da vaidade, que na maior parte das vezes é funesta, vã, de curta duração
Obrigado. Até já.
Agradeço-vos

Desejo a todos, mesmo aos que não acreditam, um excelente Natal e que o Ano ímpar de 2015 seja mesmo imparável.

(Ricardo Pocinho)

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/11/2014 09:47  Atualizado: 28/11/2014 09:47
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
Sempre foi e será um referência pra mim, sabe bem disso. É um momento triste , mas entendo bem. Já saí, já voltei. Proporcionou-me momentos muito especiais. Te agradeço. Mas sei que manteremos contato. Gostei de ter tocado no nome do Azke. Admiro muito ele, sua sinceridade e coerência.Verdadeiro! Um grande Poeta, que está fazendo falta. Espero que ele volte logo, espero que vc tb assim o faça. Grande abraço!!!!!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/11/2014 10:51  Atualizado: 28/11/2014 10:51
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
Caro poeta Ricardo,

me senti mal ao ler suas palavras... acostumei -me com sua maravilhosa escrita e seus comentários generosos e incentivadores. Respeito seu " não sei explicar porque resolvi parar"... buscarei seus textos em outros espaços virtuais... mas, espero seu retorno ao site, porque sua escrita enriquece este espaço, sua ausência ocasionará um vazio , com certeza!

Desejo-lhe tudo de bom e um Natal feliz, que 2015 seja um ano melhor e pleno de felicidade... "crer na felicidade já é ser feliz "


Um abraço,


Alice

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 28/11/2014 11:46  Atualizado: 28/11/2014 11:46
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
Bom dia Ricardo seus versos enredam a vida humana, circundada pelas suas redundâncias inexoráveis, para as quais cada elemento conforma suas aptidões no afã de minimizar aos desalentos, e dar notabilidade aos vicejos, parabéns pelo eloquente poema, um forte abraço, MJ.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/11/2014 13:49  Atualizado: 28/11/2014 13:49
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
indo, ou ficando, ou voltando, é sempre um prazer ler-te. um abraço, Ricardo.

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 29/11/2014 03:13  Atualizado: 29/11/2014 03:13
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17875
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
nem eu sei explicar o porque de tudo.
questiono-me agora.
questiono-me o porque dos gênios não serem compreendidos.
levarmos tempo, para o tempo que corre solto, entre nós.
seremos capaz de algum dia observar, absorver-lo? não sei.
sei cada vez menos... cada vez menos.
o que vai nos desconstruir de um eu?
esse 'eu' de umbigos abstratos, calados e agrestes.
eu bem sei, que esquivo-me dos normais... gosto dos malditos.
gosto de Van Gogh, Manet, Monet, Madiglioni...
"quem me dera ser essa metamorfose ambulante..."
o meu querer nunca teve fronteiras e nunca terá. fico devendo aos deuses...

questiono uma tela de olhos vazios.
as cores são livres no pincel... apenas lá.
fiquei aprisionada então. questiono-me.
neim vou falar mais nada. neim.
sem despedidas.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/12/2014 00:57  Atualizado: 03/12/2014 00:57
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
não entro porque me dói

só isso, Assim

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/12/2014 10:24  Atualizado: 17/01/2015 10:34
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
A ti Ricardo ao Azke e outros mais

Desejaria ter dons em roda d'mim gostaria
que o meu querer tivesse na revolta
o completo escrever e este fosse sempre
uma descoberta sem trégua sem míngua

mas com cornos em riste em vez de empunhar rendas
palacianas e arrebitadas ventas continuarei
próximo ou rente ao chão e quem falar
em abdicar ou de abdicação morre nesse dia

de facto abandonei esse fato de mendigo
e procuro caminho nesta fala lusa domingueira
culto não sendo suficiente engano o inconsciente
com letras de todo o tamanho pra não parecer

vindo desta minha frente occipital esquerda
Ser uma lenda eu serei já pra mim eu sou
mas desejo prolongar isso pra'além da minha sorte
pouca de cão depois regressarei com mãos de flores

por dizer tenho tanto ainda que desejaria
ter um dom superior a eu em roda de mim o "Orpheu"
porque não porque não

Enviado por Tópico
RaipoetaLonato2010
Publicado: 18/12/2014 01:11  Atualizado: 18/12/2014 01:11
Colaborador
Usuário desde: 13/03/2010
Localidade: Paulínia-SP
Mensagens: 2788
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
Se carregas as horas do passado, teus sonhos são hoje. As flores não esperam o sol de amanhã. Todas elas entregam-se ao vento e aguardam a chuva.

Enviado por Tópico
Monstro-daslágrimas
Publicado: 26/01/2015 22:07  Atualizado: 26/01/2015 22:10
Da casa!
Usuário desde: 05/08/2014
Localidade:
Mensagens: 315
 Re: [não te sei explicar porque resolvi parar]
Para mim és e serás o melhor poeta no masculino aqui no luso , aquele que me fez amar mais o mar… e a vaidade que falas … é natural em quase todos nós ….
Por favor volta …sem nenhum tipo hipocrisia nem modéstia oculta…

Um abraço deste teu sempre aprendiz …

Desculpa …