Cavalo Alado
Adormeço no sonho do desejo
Numa rota levado,
É então que encontro o país que almejo,
Sou um cavalo alado.
Leves flocos polvilham picadeiro,
Sem nuvens de pó,
Assim abarco o Universo inteiro
Num galopar só.
Na etérea leveza desse planar
Descubro o meu sentido,
É todo o Mundo que vejo pulsar
Com menor alarido.
A vogar no brilho da lua cheia
Desperto meus sentidos,
No trotar garboso duma hacaneia
Resfolego nitridos.
Voar sobre as pastagens é ventura
Vivida em emoção,
No dorso da hacaneia a aventura
Voa à perdição.
Se tento dirigir meu voo errante
Pelo espaço sublime,
A Terra é um lugar distante
Que meu voo define.
No espaço sideral de alva brancura,
Às nuvens em tagatés,
Agradeço o achado de quem procura
Com doces piafés.
Juvenal Nunes