Poemas : 

Monumento ao Presente

 
E agora a conduta da luz nessa oficina de viver,
à prova de filtro;
como uma gota de mercúrio, esnobe.
Agora o contraveneno em lugar das chuvas;
todo corpo imbuído da frágil condição de esboço.
Sim, uma vez admoestados os antros da moral,
agora a confecção do nada;
o desabar ruidoso do essencial e do fútil.
Nos quatro cantos do hoje uma bandeira fincada,
trêmulos e ocos os argumentos das coisas.
Agora reformar-se,
sombra e marfim;
labor e pedra;
famintos e matemáticos.
Para o surgir dinâmico de quaisquer inquietudes,
um espelho instalado na memória.
Para a miopia das palavras,
janelas imensas abertas à arte de ser profundo e breve.
Para instantes complexos,
certezas acerca de si.
E agora a carne fraca;
quente a vida;
o sossego do objetivo distante;
o amor tranquilo,
diluído em água potável.

 
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Amora
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/12/2014 13:39  Atualizado: 12/12/2014 13:39
 Re: Monumento ao Presente
Sem palavras amiga...

Uma perola poética!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/12/2014 13:51  Atualizado: 12/12/2014 13:51
 Re: Monumento ao Presente
a leitura do teu poema pode levar-nos por várias avenidas. gostei muito. um abraço