Poemas : 

CIRCUNSTANCIAIS

 
Durmo sonhos na brancura do catre
E me vejo vulto sob o brilho noturno.
Meu pensamento no silêncio desnuda
A sombra que vagueia tonta e perdida
Pelo soalho de cascalho rente à areia.

Pelo olhar onírico desvendo nuances
De cores amorfas traçando caminhos
Em busca da saída entrecortada pelos
Ventos que sopram utopias nos vales
E levam consigo o respirar da mentira.

Pesadelos atrozes flutuam na mente
E assisto a cenas que traduzem terror...
Minha inconsciência se agita. Febre!
Desperto amalgamado por intenso sono,
Ruína das tempestades do corpo quente...

Imenso deserto de solidão reina na noite
Cutucando o vácuo sombrio dos açoites
Que sibilam granizos que tocam o chão
E adornam a enseada da passarela morta
De vagas que zunem na imensidão inóspita.

A verdade sobrevive à agonia extrema
Soterrando a hipocrisia nas montanhas frias
E libertando a esperança dentre os cárceres
Enlameados por pântanos ignóbeis e cruéis,
Porém envenenados pelas próprias peçonhas!




De Ivan de Oliveira Melo

 
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imelo10
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