Poemas : 

Sanidade Insensata

 
Em meu devaneio eu creio;

De sanidade estou cheio;

Vida comum eu não anseio;

Me disseram vem por aqui, mas ali contraveio;



Quero morar junto a minha loucura;

Procurar por toda as manhãs a minha abotoadura;

Andar livre de minha armadura;

E me libertar das amarraduras;



Conjecturas solenes;

Vidas secas e serenes;

Sair sem querer voltar ao toque da sirene;

Portos e portões, vielas e becos, se espremem;



Amanhecer junto ao dia;

Lavar o rosto no tanque e não na pia;

Fazer sexo selvagem em uma tremenda orgia;

Minha vida anda chata, talvez muito tranquila;



Vou buscar o além onde me encontrem;

Ficar perdido sem ninguém, esperando o acalento de outrem;

Eu me basto sozinho, pois aqui todos me tem;

Mas o contraveio do ali, sobrevem;



E por mais uma vez me pergunto, sou quem?

Sou quem, eu quero ser?

Sou quem, vocês gostariam que eu fosse?

Sou quem, eu quiser e quando eu quiser!



As vezes o preço é caro, mas estou disposto a pagar;

Só não me venha dizer vem por aqui;

Pois ali é que vou me aconchegar;

E com certeza se for por ali para trás do aqui eu não vou olhar;



Chegue mais perto não consigo ouvir sua voz;

Os que são daqui, não se parecem com os dali;

Não entendendo porque não quero;

Mas ficar ali é o que eu espero.........


Marcio Corrêa Nunes

 
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marciocorrea
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/01/2015 20:00  Atualizado: 31/01/2015 20:00
 Re: Sanidade Insensata
Que belo canto Marcio...fora com os pessimismos e o ser se liberta de eventuais obstáculos com mais facilidade.
Gostei imenso poeta.
bj