De todo amor que tenho, te desprezo.
Anjo condescendente que a morte traz.
Morte da esperança que em teus dedos, jaz
Com toda prece que em teu nome, rezo.
Insciente, mata-me com teu afeto
Sufocando-me em lisonja negligente
Tornando meu desprezo inconveniente
Denunciando o indolente que interpreto.
E de teus sorriso alheios, sobrevivo
A contemplar-te em teu voo complacente
Ludibriado por teu encanto inocente.
Fazendo eterno, o sentimento paliativo
Desprezo e amo, em irritante contradição
Sendo desprezado no esquecimento da solidão.
Benjamim H.