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Três ternos

 
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Três ternos

Durante toda minha vida, só três ternos, penso usar
Pois quando visto este traje, me sinto um pouco mal
Porque quem nasceu na roça, luxo não vai precisar
Ainda mais quem não gosta de festa em traje social

Em setenta, quando completei o antigo curso ginasial
No dia da minha formatura, o primeiro terno eu usei
O paletó era preto, com dois botões, na parte frontal
Senti-me um pouco sufocado, quando a gravata apertei

O segundo terno que em minha juventude eu trajei
Foi no ano setenta e três, na igreja, junto à consorte
Era cor cinza esverdeado, para o casamento dar sorte

O terceiro terno que futuro certamente eu usarei
Não sei qual será a sua cor e nem o modelo do corte
Sei que será na última viagem, no dia da minha morte.

jmd/Maringá, 15.11.07.




verde

 
Autor
João Marino Delize
 
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