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Domingo na Rede

 
No balanço da redes,
descansa meu corpo.

Ouço as horas,a poeira
nas folhagens, e o
vento nos quintais;

o sol ilumina os pássaros.
Volta o verde à paisagem.


O povo foi à missa,
almas voltam à terra
pedindo preces.

{Círios amarelos iluminam as mãos}.

Velhos senhores contam piadas,
as gargalhadas chegam às portas.

A cidade é a mesma:
Becos sem saída,
buracos nas ruas.

O lixo da semana espalha-se
nas calçadas; um poste caído
fecha passagens.

Passa o domingo entre as páginas
dos jornais e na tela do computador.

Desfia-se o tempo.
Espero a chuva da tarde,
e o conserto dos relógios
quebrados.


Poemas em ondas deslizam nas águas.

 
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RaipoetaLonato2010
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/03/2015 00:35  Atualizado: 02/03/2015 00:35
 Re: Domingo na Rede
O poema também dá notícia do cotidiano. E por trás do aparente trivial, e por vezes medíocre, se revela a poesia do tempo que desfia-se, dos relógios quebrados...

Muito bom, meu caro.

Bj.