Prosas Poéticas : 

Fome do tempo

 
 
A Oeste segue-me deleitosa

e vigilante

a vida transbordando de assédios

segurando a tirania do tempo

que me vence,veloz

devastando qualquer rota

onde caminho inseguro

rumo à eternidade

em trilhas magnificas

de silêncios evocados num lamento

que nem mais me conforta


– A Sul perdi-me vigilante

de mim

inconformado, transgredindo

tuas alegrias que deixaste

em cacos

repentinamente arrumadas

no ócio do tempo

afligidas neste descanso

que embala a morte

no amor que desperta

tão infalível a Norte


– Era a fome do tempo

quebrantado

temido desde o dia

em que te fiz a corte

esfomeado,latindo intempestivamente

por juras

bem-aventuradas

consolando-me inexoravelmente

de versos vitoriosos

que deixei guardados

no refúgio intemporal onde

alíviamos a fé com palavras

confinadas ao amor que nos consome

assim…abruptamente


– Ouve minhas súplicas

enquando nos contentamos

sôfregos à luz

de mil sois emoldurados

na impaciência que desperta

meus desejos dramáticos

colorindo, os tempos

os dias

as euforias

que teimam celebrar ainda

com alegria virtuosa

a cadência repetitiva das tuas

geniais gargalhadas

minha progenitora que agora

despertas pra mim absoluta

atropelando-me de vida mais frondosa

quando nos resgatarmos

uma vez para sempre…sem mais litígios

nem impossíveis

apenas, tu e eu explodindo

numa rima de vida feliz e estrondosa

FC

 
Autor
Frederico
 
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Enviado por Tópico
Poeta.sem.Alma
Publicado: 27/05/2015 09:57  Atualizado: 27/05/2015 09:57
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 Re: Fome do tempo
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