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Descrença

 
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Descrença

De vez, entrego meu coração
sem pesar, um fardo sem valor,
sobrecarregado de ilusão,
vazio de ódio ou de amor.

Parto, sem esperança, sem fé,
nem caridade, só, na descrença,
rumo ao desconhecido, a pé,
roto, pejado d' indiferença.

Deixo tudo, meu parco haver;
folhas de papel garatujadas,
de arabescos falhos de saber,
penas rombas, danadas...

Furto-me a madrigais de intrigas,
de armadilhas fatais , medos e brigas.
Nego-me à irrealidade vil
da possessão do senil.

Esqueço-me de odores famintos,
do inebriar dos meus sentidos,
do sexo, suas artes e gemidos
que me cercaram, secos e extintos...

De vez, eu esqueço-me de mim,
de sonhos, de promessas, enfim...
Parto, descrente, ouso um fim,
desta selva, outrora jardim!


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 07/06/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/06/2015 08:51  Atualizado: 07/06/2015 08:51
 Re: Descrença
Nao sejas descrente.
Acredite, sempre.
No impossivel pode haver o possivel.

*Anggela*