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Mar de Aquém e de Além

 
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Mar de Aquém e de Além

Ah, Mar revolto distante,
que, no teu, escondes, fiel,
o sal de minhas lágrimas,
e a rugida raiva da minha alma
na tua turbulência nativa!

Despeço-me, já saudoso de ti!
Subo, sofrido, às montanhas
recortadas no éter celeste
de ciosos ventos agrestes
imersas no matizado lenhoso.

Busco, ali, meu amor perdido
na voracidade cruel das guerras
e de mil medos, que a cercam
eivados de espinhos sangrentos
e lhe erguem os braços suplicantes.

Beijarei os lábios de meu amor,
trémulos de frio e de desespero,
ternamente, e meus braços amantes
protegerão seu corpo alvo-rosáceo
despertando-a desta letargia mortal.

Ah, um dia, meu mar longínquo de além,
retornarei em esperança e paz, feliz,
ofertar-te-ei lágrimas saciadas de mim
e a felicidade de meu amor, lírio alvo,
de amoroso ventre dilatado de mais vida.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 02/07/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/07/2015 19:23  Atualizado: 03/07/2015 19:23
 Re: Mar de Aquém e de Além
Que lindo que ficou poeta!

"Ah, um dia, meu mar longínquo de além,
retornarei em esperança e paz, feliz,
ofertar-te-ei lágrimas saciadas de mim
e a felicidade de meu amor, lírio alvo,
de amoroso ventre dilatado de mais vida."

Adorei imensamente a parte destacada!

Um abraço,

Anggela