Poemas : 

a amar

 


desfolhas amanheceres
com os lábios abotoados às dunas

e no roseiral plantas
o cravo da noite

pouco a pouco

inclinas o corpo
e prendes-me
ao vicio das palavras
com que falas

enlaço-me no teu suspiro

febril
vens-te ajoelhar no avesso
da minha pétala








Zita Viegas















 
Autor
atizviegas68
 
Texto
Data
Leituras
842
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
24 pontos
8
4
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/08/2015 18:25  Atualizado: 04/08/2015 18:25
 Re: a amar
Zita, eu também 'prendo-me ao vicio das palavras
com que falas'. gostei muito e um abraço

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 04/08/2015 21:13  Atualizado: 04/08/2015 21:13
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: a amar
Belíssimo poema! Beijos!
Janna

Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 04/08/2015 21:39  Atualizado: 04/08/2015 21:39
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8303
 Re: a amar
Belo poema, rico no conteúdo, na construção de frases, ritmo e musicalidade.
Adorei ler, parabéns.
Abraço!
upanhaca

Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 05/08/2015 01:32  Atualizado: 05/08/2015 01:32
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16075
 Re: a amar
Escreve docemente e adoça qualquer leitor. Obrigado pela partilha.

Enviado por Tópico
atizviegas68
Publicado: 05/08/2015 20:54  Atualizado: 05/08/2015 20:54
Usuário desde: 09/08/2014
Localidade: Açores
Mensagens: 1523
 Re: a amar
obrigada a todos pela leitura e pela generosidade
dos comentários.

Abraços a todos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/08/2015 07:06  Atualizado: 11/08/2015 07:06
 Re: a amar
Também gosto desse estilo poético, embora sou versátil!

Parabéns!

Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 01/07/2016 18:15  Atualizado: 01/07/2016 18:15
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: a amar
Belo vício, este, o das palavras… inclinando o corpo para que no avesso da pétala o diálogo se prolongue, enlaçando-se num suspiro.
Este teu “pouco a pouco”, antes do movimento do corpo retido, impõe uma delicadeza ténue ao poema, tornando-o tão suave que nos deixamos embevecer por ele, desfolhando-o verso a verso – e com cuidado – não vá ele quebrar-se neste desfolhamento e, com ele, o seu encantamento.