TAÇA DOURADA
Guardo esta taça p’ra minha vitória
Ou para a minha morte, se assim for.
Guardo-a, não por desdém ou pudor,
Sim para me embriagar de insana glória.
Curiosa, essa futura e só memória
Por me pontuar a vida com sabor:
Reservei certo vinho de valor
P’ra vê-la transbordar mais meritória.
E então sorver o vinho d'um só hausto...
Quer à vitória, por muito fugaz;
Quer à morte, malgrado só e exausto.
Se eu não a desfrutar como me apraz
E a minha mão a derramar sem fausto,
Com ela sobre mim, repouso em paz.
Betim - 28 01 2011
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.