Poemas : 

À BOLINA CERRADA.

 
 


Pela amura de bombordo
quase enfiado na proa
sopra o vento sem parar
forçando para estibordo
uma pequena canoa
que vem da faina do mar.

Cinco homens vêm dentro dela,
são cinco lobos marinhos
com vestes de pescadores.
Conhecidos da procela,
a quem o mar faz carinhos
mas não nega seus furores.

Como o vento vem da terra,
se arribam, sequer, um pouco
perdem a boca da barra.
Por isso o timão não erra,
abrir mais seria louco
e a paga bastante cara.

A fraca bolsa de vento
que esta bolina concede,
só vai dando pra teimar.
O pessoal todo atento
nem sequer um palmo cede
e continua a avançar.

E foi assim que venceram:
com calma e perseverança
'té a barra ser passada.
Muito certo o que fizeram,
Quem espera sempre alcança,
mesmo à bolina cerrada.


J.Barreto.

 
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karolis.br@sapo.pt
 
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