Poemas : 

Sombras

 
A sombra escura consome-nos
reflexão atenta da luz que tentamos.

A força da gravidade aumenta
com o peso dos demónios
que o temor apresenta,

Sei-me já vencido ainda
antes da hora prometida
para a doação da última fatia.

Correntes saem do meu corpo invocam
a razão à luz para que nelas se precipite
e caia escura e negra no chão.

A morte faz ranger as tábuas e os passos
mortos fazem ranger os dentes.

Tantos medos tão diferentes
iguais.

Boa noite:
Estas notas talvez nem sempre estejam presentes mas de quando em quando as deixarei (talvez tão de quando em quando quanto escrevo).
Perdoem-me este reflexo negro: é fruto dessa árvore que tem raízes profundas no medo.
 
Autor
Ricardo_Barras
 
Texto
Data
Leituras
666
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
7 pontos
3
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/09/2015 10:00  Atualizado: 13/09/2015 10:03
 Re: Sombras
Sombra que se levantam das noites, que anda pelas madrugadas a procura de sua verdadeira identidade, onde os apogeus se descansa, depois de seu andar, de seus fazeres

um belo poema

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/10/2015 17:32  Atualizado: 19/10/2015 17:32
 Re: Sombras
Gostei da profundidade das palavras!

Parabéns!

Anggela

Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 01/07/2016 11:19  Atualizado: 01/07/2016 11:19
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: Sombras
Nada melhor do que deixar o que tem “raízes profundas no medo” fazer-se poema. A intensidade do verso reflecte-o e as imagens que se criam possuem aquele peso que nos faz pensar.
Chega a sombra e já nos sentimos vencidos… porque “a morte faz ranger as tábuas e os passos” (que glorioso verso! juntando uma ausência presente com algo tão sólido como as tábuas do piso que pisamos, tornando-a assustadoramente próxima de nós).
“Tantos medos tão diferentes/iguais” talvez devido ao facto de qualquer um deles nos aumentar o peso que sentimos, amolgando-nos, fazendo-nos dobrar, como se a força da gravidade aumentasse, afundando-nos por essas tábuas que começam, também, a desfazer-se - para além de rangerem - fazendo-nos sentir o vazio do mundo sob nós.