Poemas : 

Exercício Poético (da Guerra dos Homens e Pensamentos Afins)

 
A espada rasga-te a pele da garganta
Os olhos soltam-se num último pranto
E tu, outrora alguém ou gente
Silencias-te inerte no chão
O corpo quase seco não se levanta
Os abutres olham-te com espanto
As cores, os cheiros, tudo é indiferente
Tudo o que for sim, o que for não.

Não juras qualquer tipo de vingança
Desconheces o segundo seguinte
Ninguém mais morre a teu lado
Sentes-te só, não te sentes só?
Não, não sentes nem a esperança
Nem o olhar dum velho pedinte
Que te olha incrédulo e abismado
Com tanto desdenho, carinho e dó.

O teu matante anda por aí escondido
A cortar cabeças a seu bel-prazer
A fazer-se explodir ou talvez implodir
A lamber o sangue que traz nas mãos
A rir-se dos seus políticos irmãos
A rir, a rir, a rir, a rir, a rir...
De largo sorriso e sempre a dizer
Tu és pequenino, teu mundo está perdido


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
Autor
Alemtagus
Autor
 
Texto
Data
Leituras
632
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
2
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 15/11/2015 14:09  Atualizado: 15/11/2015 14:09
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: Exercício Poético (da Guerra dos Homens e Pensamentos...
Olá Fernando!

Gostei do teu poema. Muito incisivo e no momento certo (infelizmente).

Estas guerras dos homens estão a destruir o nosso mundo.


Beijinhos