A espada rasga-te a pele da garganta
Os olhos soltam-se num último pranto
E tu, outrora alguém ou gente
Silencias-te inerte no chão
O corpo quase seco não se levanta
Os abutres olham-te com espanto
As cores, os cheiros, tudo é indiferente
Tudo o que for sim, o que for não.
Não juras qualquer tipo de vingança
Desconheces o segundo seguinte
Ninguém mais morre a teu lado
Sentes-te só, não te sentes só?
Não, não sentes nem a esperança
Nem o olhar dum velho pedinte
Que te olha incrédulo e abismado
Com tanto desdenho, carinho e dó.
O teu matante anda por aí escondido
A cortar cabeças a seu bel-prazer
A fazer-se explodir ou talvez implodir
A lamber o sangue que traz nas mãos
A rir-se dos seus políticos irmãos
A rir, a rir, a rir, a rir, a rir...
De largo sorriso e sempre a dizer
Tu és pequenino, teu mundo está perdido
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma