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O homem de pedra

 
 
De um monte de pedras escurecidas,
Esverdeadas por musgos invasores,
Modelaram teu rosto,
Teu corpo,
Teu pranto;
Cresceram teus membros rígidos
Daquela pedra fria, indiferente...

Sob o peso do martelo imponderável,
Lacerando a rocha sólida,
No espaço de polir,
Fizeram-te sorrir.
Revestiram-te com a argamassa
Que recobre os poderosos.
Invadiram o âmago da pedra,
Que pulsou como coração,
Com a força telúrica da grande criação.

Colocaram-te,
No pedestal dos predestinados,
Em meio ao povo que te fez
E te amou pela mão do artista,
No desejo da perfeição.

Desapareceu um dia,
No encanto de um butim fetichista,
Misturando-se em meio à multidão.

Nunca mais foi encontrado o homem de pedra.
Confunde-se, hoje,
Ao mais comum dos mortais,
Nas praças,
Favelas,
Congressos
E catedrais.

 
Autor
Frederico Rego Jr
 
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